Bill Gates critica agências de luta contra a fome da ONU

23 fev, 2012

“A agricultura e o sistema de alimentos do mundo está desactualizado e é ineficiente”, considera o fundador da Microsoft.

Bill Gates critica agências de luta contra a fome da ONU

Bill Gates afirmou esta quinta-feira que as agências de luta contra a fome das Nações Unidas são ineficientes e apelou aos seus líderes para criarem novos objectivos, redireccionarem os seus recursos e aproveitarem as novas tecnologias para melhorar o progresso nesta área.

O fundador da Microsoft afirmou, em Roma, que as três principais agências sedeadas na capital italiana deveriam criar o objectivo de aumentar a produtividade das quintas e introduzir um sistema que premeie os estados publicamente pelos seus esforços no sentido de reduzir a pobreza.

“A agricultura e o sistema de alimentos do mundo está desactualizado e ineficiente”, afirmou Gates numa conferência na International Fund for Agricultural Development (IFAD). “Os países, as agências alimentares e os doadores não estão a funcionar em conjunto, de forma focada e coordenada, para providenciar a ajuda que os pequenos agricultores precisam”, acusou.

Gates revelou ainda que esperava que o novo líder da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla inglesa), Jose Graziano da Silva, aceitasse as críticas de que tem sido alvo, para redireccionar os recursos e reduzir a burocracia.

A volatilidade dos preços e a crise económica mundial podem levar ao aumento de pessoas em risco de fome no mundo. Em 2010, a FAO estimou que cerca de 925 milhões de pessoas estavam nesta situação.

O bilionário pediu ainda à IFAD, à FAO e ao Programa Alimentar Mundial (PAM) para aproveitarem as novas tecnologias, como a ciência do genoma, que podem facilitar a criação de plantas. “Se ligarmos a ciência inovadora às pessoas que mais precisam dela, elas vão dar um salto de gerações da inovação que perderam”, afirmou Gates.

O fundador da Microsoft anunciou ainda um novo subsídio de mais de 150 milhões de euros para a Fundação Bill & Melinda Gates, que tem como principais objectivos aumentar os cuidados de saúde e reduzir a pobreza extrema em todo o mundo.