Acordo de concertação social faz “inveja a muitos países”

O Presidente da República, Cavaco Silva, afirmou hoje que o acordo de concertação social alcançado em Portugal faz “inveja aos outros países” europeus, que ambicionam conseguir o mesmo.

“Inveja aos outros países, na medida em que é um acordo. Imagina, com certeza, que vários outros países gostariam de ter à mesma mesa sindicatos e confederações patronais e o Governo e, no fim, chegarem a um acordo que permite reformas estruturais em vários domínios da nossa economia e da nossa sociedade”, justificou em seguida, nas declarações proferidas aos jornalistas, na Finlândia.

“Ainda há pouco tempo, tive oportunidade de falar com o chefe do Governo espanhol sobre esse acordo e reparei que, também em Espanha, se gostaria de alcançar um acordo tripartido em áreas como aquelas que nós alcançámos. Por isso, um acordo com os parceiros sociais é algo que todos os Governo, em qualquer país da Europa, gostam de alcançar”, acrescentou.

Cavaco Silva está em Helsínquia para participar na reunião do Grupo de Arraiolos, que reúne nove chefes de Estado sem poderes executivos. O Presidente português pretende dar conta aos seus homólogos da maneira como Portugal está a implementar o programa de ajustamento.

“Terei interesse em explicar aos outros chefes de Estado a forma como Portugal tem vindo a implementar o programa de ajustamento que assinou com o Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia e o Banco Central Europeu e a determinação das autoridades portuguesas em cumprir todos os compromissos que assumiram, quer no domínio orçamental quer no domínio das reformas estruturais quer no domínio da estabilidade financeira”, afirmou, no final de uma visita à empresa Nokia-Siemens.

Cavaco Silva acredita que a terceira avaliação da “troika” vá ser positiva, tal como as outras.

“Acho que agora temos um resultado para apresentar. O acordo começou a ser implementado em Maio – temos, portanto, mais de seis meses de execução do memorando de entendimento – já ocorreram duas avaliações por parte das entidades internacionais e todas elas foram positivas. Vai ocorrer uma terceira e há uma forte esperança, junto das autoridades portuguesas, que também essa seja positiva”, sustentou.

“É importante que, aqui na Finlândia, se conheça a forma positiva como Portugal está a dar resposta às exigências que foram colocadas para ultrapassar as dificuldades que são de todos conhecidos”, sublinhou ainda.

Amanhã, decorre o encontro do Grupo de Arraiolos. Hoje, o Presidente dedicou o dia a visita empresas finlandesas de sucesso e ligadas às novas tecnologias.