Alemanha suspende regras da UE e acolhe todos os sírios que cheguem ao país

26 ago, 2015 • Redacção

A chanceler alemã quer dar o exemplo e suspendeu as regras de expulsão de imigrantes ilegais.

Alemanha suspende regras da UE e acolhe todos os sírios que cheguem ao país
A Alemanha decidiu acolher todos os sírios que cheguem ao seu território. A decisão foi anunciada pela chanceler Angela Merkel, depois de uma visita a um campo de refugiados na cidade de Heindenau, e confirmada pouco depois com uma mensagem do Centro Federal para as Imigrações na rede social Twitter.

Este país decidiu, assim, suspender o regulamento de Dublin que vigora em toda a União Europeia, segundo o qual cada pessoa que entre ilegalmente num país da União deve permanecer nesse país. Agora mesmo aqueles que entrem pela Itália, pela Grécia ou por qualquer outro país, mas que consigam chegar à Alemanha podem contar com refúgio seguro.

Isto significa que muitos dos migrantes que, nas últimas semanas, entraram na Europa pela Grécia e tentam atravessar o continente, através da Macedónia e da Sérvia para chegarem aos países do Norte, podem entrar na Alemanha se vierem da Síria.

A Alemanha, um dos principais destinos europeus de refugiados, prevê atingir este ano um recorde de 800 mil pedidos de asilo. Para fazer face a este fluxo, o governo planeia duplicar, este ano, as verbas destinadas a ajudar os cidades que acolhem estas pessoas.

Já na segunda-feira, depois de um encontro em Berlim, a chanceler alemã e o Presidente francês tinha feito um apelo à solidariedade europeia, pedindo a todos os países que unam esforços para lidar com os milhares de migrantes que estão a chegar à costa Sul da União.

Merkel e Hollande defenderam a plena e rápida aplicação das normas de asilo para aqueles que fogem de conflitos e mais firmeza no repatriamento dos migrantes que não tenham direito a essa protecção.

Agora, com a abertura plena à entrada de sírios a Alemanha quer dar o exemplo e suspende o regulamento de Dublin, aprovado em 2003, nomeadamente no que diz respeito à expulsão dos imigrantes ilegais.

Assim, os sírios - porque não podem à sua pátria, que vive uma guerra há quase cinco anos – vão ter permissão de residência na Alemanha.

Quase 300 mil migrantes e refugiados chegaram este ano à Europa pelo mar Mediterrâneo, anunciou a agência da ONU para os Refugiados (ACNUR). A maior parte das pessoas foge de guerras e perseguições, colocando-se à mercê das redes de tráfico numa tentativa de encontrar melhores condições de vida e segurança. Aceitam, por isso, fazer uma perigosa travessia em barcos e condições precárias.

Comissão disponibiliza 1,5 milhões
A Comissão Europeia anunciou esta quarta-feira uma verba de 1,5 milhões de euros para ajudar os refugiados na Macedónia e na Sérvia, na véspera da Cimeira dos Balcãs Ocidentais que se realiza na quinta-feira em Viena.

O reforço financeiro destina-se a ajuda de emergência e soma-se aos 90 mil euros para assistência humanitária entregues a 31 de Julho à Macedónia e aos 150 mil disponibilizados à Sérvia na quinta-feira passada.

Os fundos foram entregues à Cruz Vermelha, em ambos os países.

Esta quarta-feira, na Hungria, a polícia recorreu a gás lacrimogéneo para travar cerca de 300 a 400 migrantes que estavam a provocar desacatos num campo de acolhimento temporário.

A Hungria vai reforçar o policiamento na fronteira com a Sérvia e pondera enviar militares para impedir a entrada de migrantes no país.