30 jun, 2015 • Vasco Gandra, em Bruxelas
O Syriza acredita que está iminente um acordo da Grécia com os credores europeus, avançou esta terça-feira à Renascença o líder do partido grego no Parlamento Europeu, Dimitrius Papadimulis. Segundo este eurodeputado, este acordo será uma realidade ainda esta terça-feira.
Dimitrius Papadimulis afirma que se está a "trabalhar para encontrar uma solução viável. O melhor é encontrar uma solução hoje", terça-feira.
"No referendo, enquanto líder da delegação do Syriza no Parlamento Europeu, apoio as posições do meu partido e do meu governo", acrescentou.
Fonte do gabinete do primeiro-ministro grego, citada pela Reuteurs, diz que a Grécia se "mantém disponível para alcançar um acordo até ao fim, com o objectivo de que a Grécia permaneça na zona euro".
FMI sem pagamento
No referendo do próximo domingo, os gregos vão decidir se votam a favor ou contra um novo acordo com os credores internacionais.
O ministro das Finanças grego confirmou esta terça-feira que a Grécia não vai reembolsar o empréstimo de cerca de 1.600 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que vence esta terça-feira. Yanis Varoufakis foi questionado por jornalistas que o esperavam à entrada do Ministério das Finanças em Atenas. "Não", respondeu laconicamente, antes de entrar no ministério.
Anteriormente, a ministra-adjunta das Finanças grega tinha afirmado que Atenas não iria reembolsar o empréstimo, salvo se fosse encontrada uma solução de última hora que permitisse enfrentar este pagamento e evitar entrar em "incumprimento". Nadia Valavani afirmou em declarações à televisão pública que o pagamento ainda seria possível se a Grécia conseguisse os 1.800 milhões de euros dos rendimentos dos títulos de dívida gregos de 2014 que estão nas mãos do Banco Central Europeu (BCE).
A ministra insistiu que para fazer o reembolso não seria necessário um novo acordo com as instituições (Comissão Europeia, BCE e FMI) porque faz parte do programa de resgate vigente.
"Mais iniciativas"
Uma fonte oficial grega, citada pela agência Reuters, garante haver "iniciativas", sem revelar quais. Na segunda-feira, Jean-Claude Juncker falou ao telefone com Alexis Tsipras.
Na segunda-feira, os bancos não abriram na Grécia e assim se vão manter até dia 6 de Julho, dia seguinte ao referendo.
As medidas radicais, que incluem o limite ao levantamento de dinheiro a 60 euros diários, foram impostas para proteger o sistema bancário da ameaça de um pânico generalizado face à perspectiva de incumprimento e ao impacto do anúncio do referendo sobre as negociações com os credores.
[Notícia actualizada com mais informação às 14h50]