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Passos pede resposta conjunta para “flagelo do Mediterrâneo”

20 abr, 2015 • Filipe d’Avillez

À margem da XII Cimeira Luso-Marroquina, o primeiro-ministro disse que a Europa precisa de investir mais nas relações com os países da região, mas estes também devem apostar na estabilidade e segurança interna.

Passos pede resposta conjunta para “flagelo do Mediterrâneo”
O primeiro-ministro quer uma resposta conjunta para o que apelidou de “flagelo do Mar Mediterrâneo”, nomeadamente os naufrágios que já fizeram milhares de mortos entre migrantes a tentar chegar ilegalmente à Europa. À margem da XII Cimeira Luso-Marroquina, Passos Coelho disse que a Europa precisa de investir mais nas relações com os países da região.
Pedro Passos Coelho quer uma resposta conjunta para o que apelidou de “flagelo do Mar Mediterrâneo”, nomeadamente as tragédias com barcos que já fizeram milhares de mortos entre migrantes a tentar chegar ilegalmente à Europa.

Numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro de Marrocos, no final da XII Cimeira Luso-Marroquina, que decorreu em Lisboa, Passos Coelho apelou a uma maior colaboração entre a União Europeia e os países do Sul do Mediterrâneo, nomeadamente a Líbia e a região do Sahel.

Depois de expressar o seu lamento por um fim-de-semana particularmente trágico, com vários naufrágios que causaram várias centenas de mortos, o primeiro-ministro disse que se deverá realizar ainda esta semana uma reunião extraordinária do Conselho Europeu para analisar a situação e tomar novas medidas.

“Mas insisto que só um trabalho cooperativo entre os países da União Europeia, os países do Magreb e os países africanos poderá resolver o problema na raiz, e não apenas atenuar as suas consequências”, sublinhou.

Sem se querer antecipar à reunião do Conselho Europeu, Passos Coelho disse, em resposta a uma pergunta dos jornalistas, que Portugal estará disponível para continuar a participar em missões de resgate no Mediterrâneo, mas disse ainda que enquanto a Europa terá provavelmente que investir mais nas relações com os países da região, “o dinheiro não resolve tudo” e será necessário que esses estados trabalhem mais para estancar o problema do seu lado, apostando na segurança interna e estabilidade política.

A crise com refugiados no Mediterrâneo agravou-se muito com a instabilidade na Líbia, que permite agora aos traficantes de pessoas agirem com maior liberdade naquele país, de onde parte milhares de imigrantes ilegais para tentar chegar à Europa.

Com a chegada da Primavera e do tempo ameno, o fluxo migratório proveniente do Norte de África e do Médio Oriente acentuou-se.

De acordo com as tendências actuais, calcula-se que o total de 170.000 migrantes desembarcados no ano passado em Itália seja ultrapassado em 2015.