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Reportagem

Independência da Escócia decide-se cara a cara

17 set, 2014 • Anabela Góis, enviada especial à Escócia

Na campanha para o referendo, cumpre-se a tradição britânica de interpelar directamente os eleitores. Os adeptos do "sim" e do "não" batem à porta, perguntam a que horas vão votar e, no dia do referendo, verificam se já foi cumprido o dever.

Independência da Escócia decide-se cara a cara
Em Edimburgo, a Renascença acompanhou os voluntários da campanha pelo "Não" no referendo à independência da Escócia. Apostam no contacto porta a porta. Querem garantir que os apoios que conseguiram não mudam de mãos e que os seus apoiantes vão mesmo votar. As sedes de campanha tornam-se pequenas para tantos voluntários.

Na rua mais movimentada de Edimburgo não há sinal de campanha, não há cartazes, nem altifalantes a fazer barulho. A música que se ouve vem das lojas e dos concertos improvisados.

As pessoas passam, misturam-se com os turistas de visita e nem abrandam o passo quando se fala do referendo de quinta-feira, que vai decidir se a Escócia quer ser independente.

"Vou votar 'sim'", diz, à pressa, Jenny. Ao lado, outra senhora garante: a sua cruz vai ser posta no "não".

A verdadeira campanha faz-se cara-a-cara. Começou há dois anos e, segundo Iain McGill, voluntário de um dos lados, só termina quinta-feira, às 22h00.

"Vamos visitar as pessoas com quem falamos ao longo dos últimos dois anos. Vamos perguntar como vão votar, para sabermos se as nossas informações estão actualizadas, e vamos perguntar a que horas vão votar, porque no dia do referendo voltamos cá para confirmar se já votaram e para incentivá-los a votar", explica.

A campanha porta a porta, cara a cara, é uma tradição antiga no Reino Unido.

O esforço intensifica-se para chegar a quase todos: há três milhões e 600 mil eleitores que votam no referendo. Destes, 700 mil já votaram por correio.