23 jul, 2014
Israel pode estar a violar a lei internacional na Faixa de Gaza, alerta a alta comissária da Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, na reunião de emergência desta comissão agendada para esta quarta-feira, a pedido dos palestinianos, do Egipto e do Paquistão.
A destruição de casas e hospitais e a morte de civis e crianças “são apenas alguns exemplos onde parece existir uma forte possibilidade de o Direito Internacional Humanitário estar a ser violado e estarem a ser cometidos crimes de guerra”, disse Navi Pillay.
A alta comissária condenou também o disparo indiscriminado de “rockets” e morteiros por parte do Hamas, que põem em risco a vida de civis em Israel. "Todos estes incidentes têm de ser devidamente investigados de forma independente”, acrescentou.
“Os residentes de Gaza não são nossos inimigos. Israel está plenamente comprometido com a lei internacional”, disse o embaixador israelita, Eviatar Manor, durante o debate, reforçando que a intenção israelita é destruir as infra-estruturas militares do Hamas.
Eviatar Manor disse ainda que os israelitas têm o direito de se defender e acusou o Hamas de estar a cometer crimes de guerra.
Esforços diplomáticos e ofensiva continuam
No terreno, a ofensiva terrestre entrou no 16º dia. Esta quarta-feira já há registo da morte de cinco palestinianos, entre os quais duas crianças.
No plano diplomático, depois de se encontrar com autoridades israelitas em Tel Aviv, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, chegou a Jerusalém para um encontro com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
O objectivo destas reuniões é discutir um eventual cessar-fogo em Gaza. “Estamos a fazer progressos mas ainda há trabalho por fazer”, disse John Kerry à chegada.
Israel e Palestina. A que se deve a escalada de violência?