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Presidente da Guiné Equatorial “muy satisfeito” por entrar na CPLP

23 jul, 2014

Obiang falava aos jornalistas antes da sessão restrita da X Cimeira da CPLP, durante a qual a Guiné Equatorial foi aceite por consenso como membro de pleno direito. Não houve votação.

O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, disse esta quarta-feira estar satisfeito com a entrada do seu país na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), cuja cimeira decorre em Díli.

Obiang foi chamado, "como membro pleno", para se sentar à mesa onde se encontravam chefes de Estado e de Governo dos oito países que compõem a CPLP, durante a sessão solene de abertura da conferência.

No final desta sessão, o Presidente equato-guineense, foi questionado pelos jornalistas sobre se estava satisfeito com a entrada na CPLP - que deverá ser decidida hoje -, ao que respondeu apenas "sim", palavra que repetiu várias vezes, acrescentando depois: "Satisfeito", com uma pronúncia marcadamente espanhola.

"Muy satisfeito" - novamente a misturar o espanhol, a língua materna do seu país, e o português, que está a aprender - foi a resposta que deu, de seguida, à pergunta sobre se estava à espera que a adesão acontecesse neste momento, que também respondeu afirmativamente.

Consenso sem votação
Obiang falava aos jornalistas antes da sessão restrita da X Cimeira da CPLP, que decorre em Díli, Timor-Leste, na qual a Guiné Equatorial não participou. Nesta sessão restrita, o país foi aceite por consenso como membro de pleno direito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), sem que tenha havido uma votação.

De acordo com a agência Lusa, que cita fonte da delegação de Portugal, "houve um consenso generalizado" favorável à entrada da Guiné Equatorial, mas também um "debate intenso", suscitado por Portugal, na sequência do qual ficou combinado que o Presidente deste novo membro da CPLP, Teodoro Obiang, deve explicar os passos já dados e previstos para cumprir as condições de adesão.

Por sua vez, fonte da delegação brasileira, afirmou que os Estados-membros da CPLP "decidiram incorporar" a Guiné Equatorial, não tendo havido uma votação, mas "uma formação de uma opinião geral", que envolveu um debate: "As pessoas discutem, colocam os seus problemas, as suas visões".

Os chefes de diplomacia dos então oito membros da CPLP recomendaram em Fevereiro a adesão da Guiné Equatorial, país com estatuto de observador associado desde 2006, considerando que o país havia cumprido as condições estipuladas antes: a promoção da língua portuguesa e a abolição da pena de morte.

Malabo introduziu o português como língua oficial, a par do espanhol (a língua falada pela maioria da população) e do francês. O governo equato-guineense anunciou em Fevereiro que o Presidente havia decretado a suspensão da pena de morte.