19 jul, 2014
Vladimir Putin "tem de assumir responsabilidade em relação aos rebeldes" e permitir acesso total à área da Ucrânia, controlada por separatistas pró-russos, onde caiu o avião da Malaysia Airlines. Só dessa forma os corpos poderão ser recolhidos, disse, este sábado, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.
A Holanda, país do qual eram originários 192 dos 298 mortos, está furiosa depois de terem sido divulgadas imagens dos rebeldes com bens dos passageiros a passear "sem vergonha nenhuma" no local em que o avião caiu.
No mesmo sentido, o Governo da Malásia disse este sábado que "a área já foi comprometida", o que configura "uma traição ao respeito pelas vidas destruídas".
"Toda a gente viu os destroços e como os passageiros e os seus pertences pessoais ainda estão espalhados no local", afirmou o primeiro-ministro holandês. Suspeita-se que os separatistas tenham retirado 38 cadáveres do local e destruído alegadas provas.
"O acesso desimpedido e a rápida recuperação dos corpos é a prioridade número um", disse o chefe do Governo holandês.
"A Holanda e o mundo vão ver se ele faz o que tem de ser feito. Tendo em conta os desenvolvimentos e as imagens desta manhã, enviei uma mensagem ao Presidente da Rússia para lhe pedir novamente que exerça a sua influência sobre os rebeldes", disse Rutte, aos jornalistas, em Haia, após uma conversa telefónica com o Putin.
São terroristas, diz a Ucrânia
O Governo ucraniano acusou este sábado os rebeldes pró-russos, que muitos acreditam terem sido os autores do disparo do míssil que abateu o avião da companhia da Malásia, de "procurarem destruir, com o apoio da Rússia, as provas deste crime internacional". A Rússia devolve a acusação.
O Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, telefonou este sábado ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a pedir que as Nações Unidas classifiquem como terroristas os grupos separatistas nas regiões de Luhansk e Donetsk.
Reino Unido e Austrália fizeram saber este sábado que vão enviar equipas próprias para a zona do embate do avião, onde já estão enviados da OSCE - Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.
A Associação de Bancos Holandesa anunciou este sábado, em comunicado, que as entidades bancárias daquele país estão a tomar "medidas preventivas" depois dos registos de que estão a ser "roubados" cartões bancários dos passageiros do MH17.