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Adensa-se o mistério à volta do avião desaparecido

09 mar, 2014

Autoridades admitem que o aparelho pode ter voltado para trás. Os dois bilhetes comprados com passaportes falsos terão sido adquiridos ao mesmo tempo e há mais dois passageiros suspeitos. O voo MH370 devia ligar Kuala Lumpur a Pequim e desapareceu no Vietname com 239 pessoas a bordo.

Adensa-se o mistério à volta do avião desaparecido
Avolumam-se as informações que levantam suspeitas sobre o que terá acontecido ao avião malaio que desapareceu. A hipótese de atentado ganha destaque, mas há muito por explicar. O aparelho poderá ter voltado para trás, tendo desaparecido dos radares. A BBC avança que os dois cidadãos portadores de passaportes falsos compraram bilhetes ao mesmo tempo, para o mesmo voo e com o mesmo objectivo: chegar à Europa. O voo que devia ligar Kuala Lumpur a Pequim desapareceu no Vietname.
Avolumam-se as informações que levantam suspeitas sobre o que terá acontecido ao avião malaio que desapareceu na sexta-feira. A hipótese de atentado ganha destaque, mas há muito por explicar. Autoridades malaias pouco avançam sobre os alegados suspeitos e dizem que a prioridade é encontrar as pessoas desaparecidas.

Mas a britânica BBC avança, neste domingo de manhã, que os dois cidadãos portadores de passaportes falsos – um italiano e outro austríaco – compraram bilhetes ao mesmo tempo, para o mesmo voo e com o mesmo objectivo: chegar à Europa. A ligação era feita em Pequim, onde os dois homens deviam apanhar o mesmo voo da China Southern Airlines com direcção ao continente europeu.

Outro dado estranho é que, ao comprar os bilhetes com passaportes roubados, o sistema devia ter dado um sinal de alarme, o que não aconteceu, segundo fontes austríacas. Após a compra dos bilhetes, os dois indivíduos não terão sido sujeitos a mais nenhum tipo de controlo.

Um empregado de uma agência de viagens em Pattaya, na Tailândia, afirmou à agência Reuters que os bilhetes foram comprados lá.

A CNN acrescenta que muitos contrabandistas viajam com passaportes falsos.

O mistério adensa-se ainda mais quando as autoridades da Malásia indicam, baseando-se nos registos de radar, que o avião terá voltado para trás.

Para já, as buscas foram alargadas, tanto por mar como por terra, e juntaram-se às investigações elementos do FBI (a agência federal norte-americana de investigação).

Questionado sobre a hipótese de terrorismo, o primeiro-ministro malaio, Najib Razak, respondeu: Estamos a investigar todas as possibilidades e ainda é cedo para tirar conclusões”.

Najib Razak reconhece, no entanto, que pode ter havido uma falha de segurança no aeroporto da Malásia, pelo que os procedimentos estão a ser revistos.

O aparelho das linhas aéreas da Malásia está desaparecido há mais 24 horas (a meio da tarde de sexta-feira em Lisboa) e levava a bordo 239 pessoas, de 14 nacionalidades diferentes. Dois terços dos passageiros eram chineses, enquanto os restantes eram cidadãos de outros países asiáticos (como a Indonésia), da América do Norte e da Europa.

O aparelho saiu dos radares no sul do Vietname.

Quatro suspeitos
Não há relatos de más condições atmosféricas que tenham levado ao desaparecimento do Boeing 777-200ER, pelo que a hipótese de acidente tem cada vez menos adeptos.

Por outro lado, teme-se o pior: um atentado, que pode ter sido perpetrado por separatistas de etnia uighur, uma etnia muçulmana que se queixa de discriminação e opressão por parte da China. Caso houvesse uighures a bordo, os seus nomes seriam identificáveis pelas autoridades chineses, o que poderá explicar o facto de terem sido apagados do registo de passageiros publicado no sábado pelas autoridades de Pequim.

Hoje, o ministro malaio dos Transportes, Hishamuddin Hussein, afirmou que estão a ser investigadas as identidades dos dois passageiros que compraram bilhetes com passaportes falsos: um austríaco e outro italiano.

“Tenhos os quarto nomes comigo”, afirmou Hishamuddin, que acumula a pasta da Defesa. “Enviei-os aos nossos serviços secretos e também falei com agências internacionais para pedir ajuda na sua identificação”, acrescentou. Os quatro nomes serão dos dois indivíduos com passaportes falsos (e que queriam chegar à Europa) e dos que as autoridades chinesas não quiseram revelar.

O chefe do departamento de aviação civil, Azharuddin Abdul Rahman, afirmou por seu lado que apenas dois passageiros estavam a ser investigados.

As últimas informações que chegam das autoridades malaias dão conta de que os indivíduos com passaportes falsos estão nas imagens captadas pelas câmaras de segurança.