Yulia Tymoshenko não quer ser primeira-ministra da Ucrânia

A recém-libertada líder da oposição na Ucrânia não quer voltar a assumir o cargo de primeira-ministra. A garantia foi dada pela própria Yulia Tymoshenko este domingo, num comentário na sua página na Internet, citada pela agência Reuters.

“Foi com surpresa que soube que estava a ser proposta para o cargo de primeira-ministra. Ninguém discutiu o assunto comigo”, esclarece. “Estou grata pelo respeito que esta situação demonstra, mas peço que não me considerem para o cargo”, acrescenta.

A declaração de Yulia Tymoshenko segue à afirmação de alguns seus apoiantes, uns momentos antes, terem afirmado que ela seria um dos três nomes favoritos à chefia do governo de unidade nacional que o presidente do Parlamento pretende formar até terça-feira.

A antiga primeira-ministra é a principal opositora do presidente deposto, Viktor Yanukovich, que abandonou a capital no sábado.

Nas presidenciais de 2010, ganhas por Yanukovich, Tymoshenko conquistou um segundo lugar muito próximo do primeiro e foi presa em 2011 por abuso de poder.

No sábado, o parlamento depôs o chefe de Estado e as suas funções foram assumidas hoje pelo recém-eleito presidente da assembleia legislativa, Oleksander Turchynov.

A desconstrução da estrutura de poder criada por Viktor Yanukovich começou quase de imediato. Foram demitidos todos os seus ministros de referência, como o da Educação, bastante impopular por impor uma interpretação pró-russa da história da Ucrânia.

No próprio partido do presidente deposto (Partido das Regiões) surgiram divergências com alguns deputados a criticarem a política seguida por Yanukovich