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Acordo alcançado na Ucrânia não desmobiliza manifestantes em Kiev

21 fev, 2014

Viktor Yanukovich está disposto a convocar presidenciais antecipadas e o Parlamento aprovou uma amnistia incondicional para todos os envolvidos nos protestos das últimas semanas, incluindo os que se encontram detidos.

Acordo alcançado na Ucrânia não desmobiliza manifestantes em Kiev

As primeiras medidas do acordo assinado entre o presidente Viktor Yanukovich e os três líderes da oposição, esta sexta-feira, já começaram a ser aplicadas.

O parlamento em Kiev aprovou por larga maioria o regresso à Constituição de 2004, que reduz os poderes presidenciais face ao governo e ao parlamento. Mas os deputados também aprovaram uma amnistia incondicional para todos os envolvidos nos protestos das últimas semanas, incluindo os que se encontram detidos.

O mesmo acordo, presenciado por dois ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, que mediaram as negociações, prevê ainda a antecipação das eleições presidenciais e a constituição de um governo de unidade nacional.

Na Praça da Independência, em Kiev, o repórter da Renascença descreve um ambiente calmo e diz que a informação do acordo já chegou, mas que reina uma “enorme desconfiança” em primeiro lugar em relação ao próprio presidente Yanukovich, mas também em relação aos partidos da oposição, que muitas pessoas sentem que não os representam.

situação agravou-se na terça-feira à noite com violentos confrontos entre a polícia e manifestantes na praça Maidan, junto ao parlamento de Kiev. Os confrontos já fizeram cerca de 77 mortos e centenas de feridos.

A crise política na Ucrânia começou em finais de Novembro quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a decisão do presidente de suspender os preparativos para a assinatura de um acordo de associação com a União Europeia e de reforçar as relações com a Rússia.

As divisões são agravadas também por factores linguísticos, geográficos e religiosos. Os ucranianos que vivem no Leste do país falam russo, pertencem à Igreja Ortodoxa Russa e sentem-se próximos de Moscovo, enquanto os ocidentais tendem a falar ucraniano, ser fiéis da Igreja Ortodoxa da Ucrânia ou Católicos de rito bizantino e sentem-se mais próximos do Ocidente.

[Notícia actualizada às 16h33]