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Espanha

Infanta Cristina interrogada mais de seis horas em tribunal

08 fev, 2014

A filha mais nova do Rei de Espanha garantiu que confiava no marido Iñaki Urdangari e que, por isso, assinava tudo o que ele lhe pedia.

A infanta Cristina, filha do rei de Espanha, foi ouvida este sábado por um juiz durante mais de seis horas em Palma de Maiorca, Espanha. Em tribunal negou todos os indícios dos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais, dos quais é acusada no caso de corrupção "Nóos".

A filha mais nova do monarca garantiu não ter conhecimento dos dados da gestão da empresa Aizóon, da qual era co-proprietária com o marido, também arguido no caso.

A infanta sublinhou que assinava tudo o que Iñaki Urdangari lhe pedia, porque depositava nele total confiança."Confiei sempre no meu marido", declarou.

Cristina foi questionada sobre gastos que fez com o cartão de crédito da empresa e sobre outros elementos do processo, com o empréstimo de 1,2 milhões de euros que recebeu do rei Juan Carlos para a compra da sua casa em Barcelona.

Arguida por delito fiscal e branqueamento de capitais disse, segundo fontes judiciais, que soube da advertência feita em 2006 por Juan Carlos ao marido para que deixasse as suas actividades no Instituto "Nóos". Atribuiu esse aviso a uma questão de estética e imagem da Casal Real, não lhe tendo dado mais importância.

O advogado de defesa recusou que a infanta tenha dado respostas evasivas durante as quase sete horas de depoimento, afirmando que em 95% das perguntas "respondeu com sim ou não, de forma firme, taxativa e serena". É normal, disse, que em alguns casos tenha dito não se lembrar de alguns dos acontecimentos sobre que foi interrogada "porque ocorreram há muitos anos".

A sessão histórica - pela primeira vez, um membro de uma casa real europeia respondeu perante a justiça por um caso de corrupção - foi acompanhada por mais de 400 jornalistas, dominando as atenções mediáticas em Espanha e noutros países.