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António Borges

"Objectivo da privatização da TAP é acabar com a politização da empresa"

07 mar, 2013

Em entrevista à Renascença, o conselheiro do Governo para as privatizações garante ainda não ter informação sobre eventuais negociações entre o Governo e a "troika" para alterar o valor do salário mínimo nacional.

O principal motivo da privatização da TAP é acabar com "a politização" da empresa e "com a pressão" dos trabalhadores sobre o Governo. Quem o diz é o conselheiro do Governo para as privatizações, António Borges, em entrevista à Renascença.

"Enquanto o Governo for o dono da TAP, tudo na TAP tem uma dimensão política e, portanto, os trabalhadores entendem que é fazendo pressão sobre o Governo que conseguem resolver os problemas da empresa", sustenta.
 
António Borges considera que a TAP é "uma belíssima empresa", mas que está "descapitalizada porque há uma série de conflitos, problemas e dificuldades que se põe pela politização de tudo o que se passa na empresa".

A poucos dias de mais uma greve dos trabalhadores da transportadora aérea, com início a 21 de Março, António Borges diz que, por isso, o principal objectivo da privatização é acabar com este tipo de conflitos.

Salário mínimo não está a ser negociado com a "troika"
O conselheiro do Governo garante ainda não ter informação sobre eventuais negociações entre o Governo e a "troika" sobre alterações ao valor do salário mínimo nacional.

"A única medida que se pode tomar nesta altura é manter o salário mínimo como está", garante António Borges que, no entanto, volta a defender a teoria de que uma redução do vencimento mínimo seria uma boa estratégia para reduzir o desemprego.

"A primeira dificuldade é voltar a pôr as pessoas a trabalhar, encontrar postos de trabalho, e isso não se faz tornando o posto de trabalho mais caro", remata.