Emissão Renascença | Ouvir Online

Mais protestos à espera de Passos. "Os ricos estão mais ricos e os pobres a morrer"

18 fev, 2013

Agora foi na chegada a Aveiro. Primeiro-ministro foi confrontado com os elevados índices de pobreza e disse que é preciso outro modelo para combater o fenómeno. Sem assumir que seria o modelo ideal para Portugal, citou o exemplo da Irlanda.

Mais protestos à espera de Passos. "Os ricos estão mais ricos e os pobres a morrer"
O primeiro-ministro foi recebido em Aveiro com palavras e cartazes de protesto por meia centena de pessoas, mobilizadas pela União de Sindicatos de Aveiro, afecta à CGTP. Pedro Passos Coelho entrou e saiu sem se dirigir aos manifestantes, mas na conferência da "Global Compact Network", em que participou, respondeu à questão levantada por Francisco Gonçalves, vice-presidente da União de Sindicatos de Aveiro (USA).

"Quando hoje dizemos que o Estado tem de ser mais parcimonioso na distribuição da sua despesa, significa que temos uma restrição financeira a que não podemos deixar de atender. Não é uma questão de estar bem ou mal, mas do que é possível fazer e essa observação sobre o que é o limite das possibilidades é muito relevante para não sermos demagógicos e não prometermos às pessoas distribuir aquilo que não temos", sustentou. 

Passos Coelho considera que, além das contingências, a redistribuição da riqueza tem de ser redesenhada "para que aqueles que mais precisam, dentro das disponibilidades do país", possam receber compensações.

Sem assumir como o modelo ideal para Portugal, o primeiro-ministro citou o exemplo da Irlanda que, deixando "o mercado funcionar mais livremente e em que as oportunidades são mais fortes, com um nível de rendimento gerado maior, depois a intervenção correctiva do Estado na redistribuição do rendimento trouxe a taxa de pobreza abaixo da média europeia".

"É um modelo. O que quero anotar é que, se pretendemos alterar a situação, não nos basta olhar discretamente para estes elementos e actuar de forma discricionária.Temos de o fazer em conjunto", apelou.

Explicações do primeiro-ministro enquanto, no exterior, os sindicatos filiados na CGTP exibiam tarjas "contra as desigualdades" e a denunciar que "os ricos estão mais ricos e os pobres a morrer".