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Muitos licenciados estão na Suíça a aceitar trabalhos "miseráveis"

03 fev, 2013

O PCP, na Suíça, alerta para situação "dramática" dos novos emigrantes portugueses e critica a falta de apoio e acompanhamento das estruturas consulares e diplomáticas de Portugal.

Muitos licenciados estão na Suíça a aceitar trabalhos "miseráveis"
O responsável pela Organização do PCP na Suíça alertou para o facto de que há cada vez mais portugueses com formação universitária que emigram para aquele país, em "situação de desespero" e em busca de emprego, acabando por aceitar qualquer trabalho "miserável".

A descrição foi feita à agência Lusa por Manuel Alho, no final de uma reunião da Organização do PCP, na Suíça, para discutir os problemas da comunidade portuguesa.

Segundo Manuel Alho, muitos dos novos emigrantes portugueses na Suíça são "quadros" e pessoas com "formação superior" que, em "situação de desespero", optam por tentar a sorte naquele país, onde também já é "muito difícil" arranjar trabalho, pelo que acabam por aceitar tarefas, por mais desqualificadas que sejam.

Na reunião deste domingo, em Berna, estiveram presentes portugueses que emigraram para a Suíça e que se encontram a viver com muitas dificuldades, tendo apenas a ajuda de amigos, já que, de acordo com Manuel Alho, a Embaixada portuguesa não tem dado qualquer apoio aos emigrantes, apesar de informada dos casos em concreto que atingem os compatriotas.

Outra das críticas de Manuel Alho vai para as dificuldades do ensino do português na Suíça, observando que o Governo português tem "empurrado essa responsabilidade" para o país de acolhimento dos emigrantes, tendo recentemente sido despedidos cerca de 20 pessoas que se dedicavam ao ensino da língua lusa, que devia ser vista por Portugal como um "investimento e uma mais-valia".