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Nuno Crato não dá como fechada discussão à volta do relatório do FMI

09 jan, 2013

Texto sugere despedir 50 mil pessoas do ensino público. A Federação Nacional da Educação (FNE) diz que se a proposta do FMI fosse aceite, ficaria em risco a escola pública.

O ministro da Educação não dá como fechada a discussão à volta do relatório do FMI que avança com a sugestão de cortes generalizados. O Fundo Monetário Internacional propõe corte de 20% para os funcionários públicos e de 7% nos salários do Estado, para além da dispensa de 50 mil professores, de cortes nos subsídios de doença e de desemprego e o aumento significativo das taxas moderadoras.

Nuno Crato classifica o documento pedido pelo Governo como uma base de trabalho. “Uma coisa é o relatório do FMI, outra coisa é o que se diz que é o relatório do FMI e outra coisa ainda é o que o Governo vai fazer. Tudo o que posso dizer aos professores é que são coisas diferentes. Analisaremos com cuidado o relatório final do FMI e tomaremos decisões em função disso”.

No mesmo sentido, esta manhã, fonte do Ministério das Finanças disse que o relatório do FMI é um contributo para o trabalho do Governo na reforma do Estado.

No quadro das reacções sectoriais, João Dias da Silva, da Federação Nacional da Educação (FNE), diz que se a proposta do FMI fosse aceite, ficaria em risco a escola pública: “Amigos destes dispensamos”, afirma.

“Não são amigos nem da escola pública nem da escola pública de qualidade para todos. Escuso de procurar aconselhamento daqueles que têm uma visão que não tem nada a ver com a responsabilidade definida constitucionalmente para uma oferta educativa que tem de ser de qualidade e para todos. Uma redução brutal do número de professores significaria que o sistema público de ensino deixaria de dar resposta ao universo de alunos que tem e às responsabilidades que tem de crescimento educativo e formativo da sociedade. É imperativo constitucional haver um sistema público universal para a educação”, adianta JOão Dias da Silva.