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Centenas de estudantes marcham contra a "propina que dói"

22 nov, 2012

Marcha de protesto nas ruas de Lisboa reuniu manifestantes de várias instituições de ensino superior de Portugal.

Centenas de estudantes marcham contra a "propina que dói"
Várias centenas de alunos do ensino superior partiram do Marquês de Pombal rumo ao Parlamento pouco depois das 15h00, numa marcha de protesto contra os cortes no sector previstos no Orçamento do Estado. No trajecto para a Assembleia da República, gritaram palavras de ordem como "a propina dói" e "este Governo não tem educação".

Os manifestantes vieram de Lisboa, Porto e de outras instituições do país, como a Universidade do Minho, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro ou Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha.

Bruno Pacheco, estudante de arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), disse à agência Lusa que o protesto tem por alvo medidas como os "cortes nas bolsas, os atrasos no seu pagamento e os critérios injustos para a sua atribuição". Com outros alunos, segurou uma faixa dirigida aos deputados, com a inscrição "A FLUP chumba o vosso orçamento".

A seu lado, Cláudia Campos, da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, afirmou que este Governo está "mais preocupado em pagar os juros à 'troika' do que com a educação". A estudante considera que "o ensino nunca será digno e gratuito como estabelece a Constituição da República Portuguesa".

Joana Baião, aluna de mestrado em psicologia cognitiva e protecção de menores no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, lamentou "o aumento constante" das propinas, indicando que já é superior a 3.000 euros para os alunos de mestrado. No seu entender, este montante impossibilita que muitas pessoas possam continuar os estudos.

Da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Miguel Troncão segurava um cartaz em que se lia "A fusão não é solução", em referência ao projecto de união da Universidade de Lisboa com a Universidade Técnica de Lisboa. "As universidades vão juntar-se, mas isso não vai trazer mais dinheiro. Só vai trazer gastos maiores."