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Associação Comercial de Lisboa defende liberalização da mão-de-obra portuária

15 nov, 2012

Liberalizar a mão-de-obra ou fechar o porto de Lisboa são as duas alternativas defendidas por Bruno Bobone, de modo a evitar uma requisição civil dos estivadores.

Liberalizar a mão-de-obra portuária ou fechar o porto de Lisboa são as únicas vias para evitar uma requisição civil dos estivadores. É a opinião manifestada à Renascença por Bruno Bobone, presidente da Associação Comercial de Lisboa, agora que há novo pré-aviso de greve que estende o protesto até 4 de Dezembro.

Para Bruno Bobone “há uma alternativa que é liberalizar a mão-de-obra portuária de uma vez por todas ou fechar o porto de Lisboa e aproveitar o dinheiro que se paga aos estivadores para suportar a saída das mercadorias pelos dois portos que possam ser alternativos”.

Segundo o presidente da Associação Comercial de Lisboa, fora estas duas opções não há outro caminho que não o da “requisição civil ou uma obrigação de trabalhar”.

Bobone critica ainda o impasse na resolução da greve e argumenta que “neste momento, todos estão contribuir para prejuízo maior do país- os sindicatos e o Governo”.

Na última madrugada, o Ministério da Economia emitiu um comunicado que estabelece serviços mínimos, para a greve que hoje recomeça e a que já se junta mais um pré-aviso. Na prática terão que ser asseguradas as cargas e descargas de animais vivos alimentos e bens essenciais à economia nacional.

Mas este último ponto surpreende o presidente do Sindicato dos Estivadores do porto de Lisboa. Para Vítor Dias, “se queremos que os serviços mínimos contemplem tudo, então se calhar mais vale, em vez de estarem a mascarar isto, virem já com a requisição civil”.

Na prática, se não houver entendimento entre Governo e sindicato dos estivadores, o protesto segue até 4 de Dezembro.

Empresário defende que requisição civil peca por tardia
No meio do braço de ferro entre Governo e estivadores está Paulo Rego, um empresário que exporta material eléctrico e artigos de decoração para Moçambique. Diz que os seus prejuízos são incalculáveis e sustenta que a requisição civil já deveria ter avançado.

“Acho que já deviam ter avançado para a requisição civil, porque os serviços mínimos não vão resolver nada”, defende o empresário e dá o seu exemplo: “Tenho um contentor de mercadorias no valor de 250 mil euros parado no porto há três semanas. Nem tenho noção dos prejuízos”.

Este é o caso de um dos muitos empresários portugueses que não conseguem exportar, por força das sucessivas greves dos estivadores.