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Militares saem à rua para dizer “basta” à austeridade

10 nov, 2012

Presidente da Associação Nacional de Sargentos deixa um aviso: “Que ninguém pense poder manipular ou utilizar os militares".

Militares saem à rua para dizer “basta” à austeridade
Os militares vão protestar nas ruas de Lisboa contra as medidas de austeridade. Sargentos, oficiais e praças de todo o país vão concentrar-se na Praça do Município, às 15h00, seguindo depois em desfile até aos Restauradores. As associações militares dizem que já foram ultrapassados todos os limites e que chegou a hora de dizer basta.

Lima Coelho, presidente da Associação Nacional de Sargentos explica à Renascença que a concentração “é também um grito de alerta e a nossa profunda resistência a que se ponha em causa a própria soberania a própria independência”.

“Não aceitamos o discurso de algumas entidades europeias de que os países terão de abdicar de alguma soberania.” “Isso não é aceitável”, defende.

A concentração visa mostrar o descontentamento da família militar e outras iniciativas podem surgir em breve. Lima Coelho admite que os militares vão fazer “tudo aquilo” que seja necessário para que a sua “voz seja ouvida”. “E quando digo tudo o que esteja o nosso alcance é tudo aquilo que a lei, a Constituição e os deveres nacionais nos exigem”, acrescenta Lima Coelho.

O presidente da Associação Nacional de Sargentos deixa ainda um viso: “Que ninguém pense poder manipular ou utilizar os militares, quer para aventuras de pequenos grupos, de pequenos clubes, ou para qualquer tipo de disparate que conflitue com o juramento que fizemos com a lei, com a Constituição e com o povo português”.

Lima Coelho diz ainda que as Forças Armadas têm vindo a sofrer ataques muito graves, mas o protesto de hoje é em defesa de todos os portugueses: “Isto é transversal à sociedade e nós, parte integrante dessa sociedade e com responsabilidade acrescida junto dos nossos co-cidadãos, que jurámos defender - e o nosso compromisso é com os cidadãos, não é com grupos exclusivos ou grupos particulares - neste quadro não poderíamos ficar indiferentes, não poderíamos deixar de marcar a nossa posição."

Também a Associação de Oficiais das Forças Armadas vai estar presente no protesto. O presidente da AOFA, Coronel Pereira Cracel diz que “está em causa a soberania nacional” e garante que os militares estão unidos contra as medidas de austeridade.