Emissão Renascença | Ouvir Online

Mais de 70% das pessoas com deficiência estão desempregadas

02 nov, 2012

São 14 mil os deficientes inscritos nos centros de emprego. Desemprego vai ser um dos temas em análise, no sábado, no 21º Encontro Nacional de Organismos de Deficientes, que vai decorrer na Maia.

Mais de 70% das pessoas com deficiência estão desempregadas
A taxa de desemprego nas pessoas com deficiência aumentou para 75% este ano face a 2011, de acordo com a estimativa da Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes (CNOD).

"Não temos meios para apurar dados concretos, não temos estatísticas. As nossas estimativas têm por base os relatos que nos têm chegado através das instituições, dos nossos associados", explica o presidente da confederação, José Reis, em entrevista à Lusa.

A CNOD representa 36 associações e federações de todo o país, adianta o responsável, para quem a grave situação que o país atravessa está a afectar ainda mais as pessoas com deficiência, devido às suas características e especificidades.

O presidente da Associação Portuguesa de Deficientes (APD), Humberto Santos, revela, por seu lado, que existem 14 mil pessoas portadoras de todo o tipo de deficiência inscritas nos centros de emprego e formação profissional do continente.

Os dados, afirma o responsável à Lusa, foram facultados pelo Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP), segundo o qual, em Setembro, estavam desempregadas 11.465 pessoas com deficiência, enquanto em 2011 eram 10.062 os que não tinham trabalho.

Mas o presidente da APD considera que estes números não mostram a realidade e lamenta que não existam em Portugal dados concretos e credíveis sobre os deficientes que são economicamente activos nem da sua situação laboral.

"Infelizmente, aquilo que posso partilhar é apenas a nossa percepção da situação e de números dispersos que vamos recolhendo ou que nos vão dando conta algumas das instituições e pessoas com quem temos contacto, porque na realidade não existem em Portugal dados concretos sobre a taxa de desemprego nas pessoas com deficiência", afirma.

Humberto Santos adianta que existe, na associação, uma espécie de banco de emprego, que ajuda a fazer a ponte entre a procura e oferta de trabalho para os deficientes.

O desemprego vai estar em análise no sábado, na Maia, durante o 21º Encontro Nacional de Organismos de Deficientes, que vai decorrer no Auditório do Tecmaia.

Vão ainda ser debatidos temas como os transportes, as acessibilidades, a educação e a situação difícil em que vivem pessoas e instituições.