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UGT associa-se a protesto europeu de 14 de Novembro

17 out, 2012 • Ana Carrilho

Central sindical não adere à greve geral, mas vai assinalar a jornada europeia de luta.

A UGT não adere à greve geral de 14 de Novembro, convocada pela CGTP, mas vai participar no protesto a nível europeu marcado para o mesmo dia.

Para 14 de Novembro foi agendado um dia de greves e protestos por toda a Europa. A decisão foi aprovada, esta quarta-feira, em Bruxelas, na reunião do Comité Executivo da Confederação Europeia de Sindicatos.

Foi para esse dia que a CGTP agendou mais uma greve geral, a que a UGT recusou juntar-se, mas o secretário-geral, João Proença, já revelou à Renascença que a central também há-de realizar algumas iniciativas nesse dia.
  
No dia 3 de Outubro a CGTP anunciou, oficialmente, a realização de uma greve geral para 14 de Novembro. Greve a que João Proença declarou de imediato que a UGT não aderia porque não foi decidida conjuntamente.

Aliás, fez questão de frisar, numa conferência de imprensa, dias depois, que esperava poder dizer, no dia 14, que nenhum sindicato da UGT tinha aderido à greve da InterSindical, que considera sectária e que pretende o derrubar o Governo, objectivo que a central de João Proença contesta.

No entanto, nunca pôs de lado a participação numa greve de âmbito europeu, com o patrocínio da Confederação Europeia de Sindicatos, com a condição de não ser no dia 14 de Novembro.

Mas esse acabou por não ser o entendimento da maioria das organizações sindicais. Em Espanha, Grécia, Malta e Chipre também foram marcadas greves gerais para essa data e, esta quarta-feira,  o Comité Executivo da CES apelou para que dia 14 seja um dia de acção e solidariedade, incluindo greves, manifestações, comícios e outras acções. O objectivo – pode ler-se na declaração – é mobilizar o Movimento Sindical Europeu para apoiar as políticas da CES, conforme o Contrato Social para Europa e combater a austeridade.

João Proença já reafirmou, à Renascença, que a União Geral de Trabalhadores não vai aderir à greve geral, mas revelou que a central há-de assinalar a data. A UGT, sublinha, "vai fazer acções próprias", mas rejeita participar numa "greve divisionistas e sectária".

"Nós poderiamos admitir juntarmo-nos a uma greve geral noutra data e discutida entre a UGT e a CGTP. Neste caso, houve uma recusa total de diálogo por parte da CGTP, portanto, as atitudes divisionistas ficam para a CGTP, não para a UGT", argumenta João Proença.

A forma de participação na jornada europeia vai ser discutida nos próximos dias, mas, apesar da UGT – enquanto central – não aderir à greve geral, há sindicatos seus filiados que vão entregar pré-avisos próprios para esse dia. É o caso, por exemplo, do SITRA, na área dos transportes, ou do STE, na Administração Pública. E outros deverão fazer o mesmo.