07 set, 2012 • Celso Paiva Sol
O comandante territorial de Braga da GNR, coronel Matos Gonçalves, foi exonerado do cargo. É a consequência mais significativa até ao momento da participação de militares da Guarda numa peça de teatro intitulada "O Funeral de Portugal".
O comandante-geral da GNR, Newton Parreira, ordenou quinta-feira a abertura de um processo de averiguações com natureza urgente. Antes mesmo da conclusão do processo, recebeu em audiência o comandante de Braga, tendo decidido exonerá-lo do cargo.
O coronel Matos Gonçalves, a quem coube a responsabilidade directa de autorizar a cedência dos militares para a peça de teatro, abandona funções de imediato, sendo substituído pelo actual segundo comandante de Braga.
O caso foi revelado quarta-feira pela Renascença e passou-se nas ruas de Guimarães, no âmbito da Capital Europeia da Cultura.
Os militares participaram fardados e armados e até disparam uma salva de tiros quando um caixão com o formato do território nacional foi a enterrar.
Ouvida pela Renascença, a associação que denunciou este caso mostra-se satisfeita pela sanção exemplar que foi aplicada ao principal responsável pelo insólito caso ocorrido a 17 de Agosto.
O presidente da ASPIG José Alho diz que era a única solução tendo em conta a gravidade do caso. “Por ser uma peça teatral, não significa que a GNR participe nestas fantochadas. Nós estávamos à espera que houvesse consequências. Como militar que fez o juramento à bandeira, eu recusava-me terminantemente a enterrar o meu país, pelo qual o jurei com o sacrifício da própria vida”, defende.
O presidente da Associação Socioprofissional Independente da Guarda também diz que situações como esta só são possíveis dentro da GNR porque os comandos têm tanta autonomia que na verdade fazem o que querem.