Portugal tem mais avós, mas menos netos
26 jul, 2012 • Susana Madureira Martins
Avós desempenham um papel fundamental nas famílias, mas os tempos não estão a ajudar na relação entre avós e netos. A análise é de Filomena Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Demografia.
Passagens à reforma cada vez mais tardias impedem uma relação mais próxima entre avós e netos, segundo Filomena Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Demografia.
“Cada vez mais, os avós estão integrados no mercado de trabalho e a disponibilidade para tomar conta dos netos é mais reduzida”, explica.
Avós a viver em zonas rurais, por exemplo, e netos a residir nas zonas urbanas é outro factor para uma relação mais distante: “O facto de verem muitas vezes os avós em zonas geográficas longe dos pais impede que haja menos apoio. Mas, de todas as maneiras, continuamos a ter um grande contributo dos avós, em particular dos que já se aposentaram, junto dos netos”.
“Vamos tendo uma esperança de vida cada vez mais elevada, o que significa que vamos tendo cada vez mais avós vivos durante mais tempo”, prossegue Filomena Mendes.
“Por outro lado, vamos tendo cada vez menos netos, porque a nossa taxa de fecundidade é baixa, o que significa que acabamos por ter mais avós durante mais anos, que vivem com os netos até idade mais avançada e que, efectivamente, dão um grande apoio à família”, considera.