Idosos estão mais cultos, saudáveis e activos

Os idosos portugueses estão mais cultos, saudáveis e activos, sendo que, nos últimos 12 anos, quase duplicou o número dos que afirmam saber ler. As conclusões são de um estudo da Rede de Universidades da Terceira Idade (RUTIS).

"Temos hoje idosos mais activos e intervenientes e que procuram crescentemente actividades de lazer e culturais, fruto do seu maior grau de escolarização, de serem autónomos [durante] mais tempo e das portas que o mundo lhes abre, seja presencialmente, seja via internet", afirma o presidente da RUTIS e professor de gerontologia, Luís Jacob.

O especialista analisou o comportamento dos idosos enquanto consumidores de cultura e lazer e observou "alterações significativas" nos últimos anos.

Em 2000, apenas 13% afirmavam ler regulamente, número que cresceu para 22% em 2010. No mesmo período, aumentou de 11 para 31 a percentagem dos que fazem férias uma vez por ano.

As mudanças devem-se à "evolução positiva das condições de vida" ocorridas nos últimos anos em Portugal, defende Luís Jacob. Entre 1990 e 2010, a média das pensões de velhice e invalidez passou de 84,8 euros para 246,4 euros, enquanto a média das pensões de sobrevivência passou de 50,9 euros para 147,8 euros.

Por outro lado, aumentou o número de licenciados, passando de 0,02% para 0,04%. E também tem vindo a crescer o número dos que praticam desporto, situação para a qual contribuiu a criação de programas desportivos pelas autarquias.

Em 1990, existiam cerca de 1,3 milhões de idosos (13,6% da população), número que subiu para dois milhões em 2010 (19,1%). A grande maioria (74%) era iletrada em 1990; hoje, esse valor não ultrapassa os 33%.

São também cada vez mais os que utilizam a Internet (5% em 2001 e 32% em 2010). A televisão, a rádio e a "ida ao café" são as principais actividades de lazer.

A maioria (63%) preocupa-se com a sua imagem e utiliza com frequência produtos de beleza – número que, em 1990, era "muito mais baixo".

Para responder aos novos gostos dos mais velhos, os fornecedores apostaram em novos serviços, nomeadamente na área do turismo e no sector dos serviços pessoais e de saúde (lares, apoio domiciliário e clínicas).

Os cinemas, teatros, museus e transportes promovem descontos.

De acordo com o estudo, houve também um enorme aumento das universidades seniores, que passaram de 15, em 2001, para 190, em 2012.