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Sindicatos acusam Governo de faltar à verdade

05 abr, 2012

Em causa a revelação feita pelo primeiro-ministro em entrevista à Renascença. Pedro Passos Coelho disse que os subsídios de férias e Natal da função pública e pensionistas só vão começar a ser repostos em 2015 e de forma faseada.

Sindicatos acusam Governo de faltar à verdade
Preocupação, descontentamento, indignação. Os sindicatos que representam a função pública não poupam em adjectivos para criticar a principal passagem da entrevista de Pedro Passos Coelho à Renascença, em que o primeiro-ministro revelou que, afinal, os subsídios de férias e Natal da função pública e pensionistas só vão começar a ser repostos em 2015 e de forma faseada. Nobre dos Santos, da FESAP, diz que o Executivo está a faltar à palavra dada.

Existe uma “grande indignação e um grande descontentamento a nível dos trabalhadores”, diz Nobre dos Santos. O “Governo faltou à verdade, uma vez que numa primeira fase anunciou que só durante o programa de assistência haveria corte dos subsídios de férias e Natal e agora vem dizer só em 2015 vai começar a ver-se como se vai pagar, que é uma coisa inqualificável”, acusa Nobre dos Santos.

Segundo o sindicalista, os “trabalhadores sentiram esta posição do Governo como mais um murro no estômago”.

Na mesma linha, Bettencourt Picanço, do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, declara-se “preocupado” com o adiamento da reposição dos subsídios. “Aquilo que esperávamos era que estes subsídios fossem repostos a seguir a 2013, isto é, em 2014. E agora quando nos é dito que só serão repostos em 2015, é manifestamente preocupante e isto vem ao arrepio de tudo aquilo que tem sido dito”, critica Bettencourt Picanço.

A entrevista do primeiro-ministro à Renascença provocou um coro de críticas por parte dos sindicatos da função pública, tal como por parte da oposição. PS, PCP e Bloco de Esquerda acusam Passos Coelho de enganar os portugueses.