Ministra rejeita atraso no pedido de ajuda a Bruxelas

A ministra do Ambiente e da Agricultura, Assunção Cristas, respondeu hoje, em Bruxelas, a quem acusa o Governo de ter agido tarde no que toca a pedir ajuda por causa da seca e aproveitou para lançar uma farpa ao anterior Executivo.

“Estamos já com muito trabalho feito, com muita articulação também com Espanha. Nomeadamente em 2005, numa situação bastante mais grave do que a actual, só houve acção do Governo em Abril”, recordou.

Assunção Cristas está hoje na capital belga a efectuar uma apresentação da situação provocada pela seca em Portugal numa reunião dos Ministros do Ambiente da União Europeia.

A iniciativa faz parte das diligências que o Governo está a efectuar ao nível comunitário para obter a indispensável luz verde de Bruxelas para accionar várias medidas de apoio aos agricultores.

“Estamos a trabalhar para encontrar as medidas mais adequadas, a quantificá-las, naturalmente – porque nada pode ser feito sem essa preocupação – mas estamos a trabalhar para encontrar, dentro de todo um conjunto, um cabaz de medidas que são muito diversificadas e que todas têm impacto e que podem ajudar muito – algumas não custam dinheiro, como as derrogações administrativas, outras têm a ver com ajuda à liquidez – outras, porventura, custarão algum dinheiro, mas é tudo isso que está a ser analisado”, explicou a ministra aos jornalistas.

Mas a ministra da Agricultura diz que, por se tratar de uma situação que evolui e que vai registar um agravamento, ainda é cedo para ter uma ideia exacta do respectivo impacto financeiro.

Assunção Cristas revelou ainda que, entre os pedidos apresentados à Comissão Europeia, está a possibilidade de duplicar o valor da ajuda que o Governo pode conceder aos agricultores em dificuldades e que está limitado a 7.500 euros ao longo de três anos.

A ministra não revelou quando é que pensa poder começar a implementar as medidas de apoio que Portugal está a negociar.

A Comissão Europeia confirma ter recebido a carta de Lisboa e diz apenas que está a proceder à sua análise, remetendo uma opinião para a reunião dos ministros da Agricultura dos 27, agendada para 19 e 20 de Março.