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Governo lança campanha para orientar e aconselhar emigrantes

01 mar, 2012 • Domingos Pinto

Iniciativa arranca em Maio. Secretário de Estado das Comunidades diz mesmo que não vale a pena ir para países onde o desemprego já é alto.

O Governo vai apostar numa campanha nacional de informação dirigida a emigrantes portugueses. O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, avançou à Renascença que a iniciativa arranca em Maio. 

A campanha vai dar conselhos práticos para que os emigrantes sejam orientados nos países de acolhimento e não acabem nas redes de trabalho ilegal. O plano do executivo será complementado por iniciativas locais. Por cá, terá o apoio dos municípios e da Igreja.

É um passo que o Governo considera determinante para evitar situações dramáticas que os novos emigrantes estão a viver nos países de acolhimento. São casos que levam José Cesário a pedir aos portugueses para terem cuidado com a escolha do país para onde querem ir trabalhar.

“É uma situação que infelizmente dura há muito tempo”, diz o secretário de Estado, que constata que “às vezes é preciso dizer às pessoas que não vale a pena irem para determinados países”.

“São países em que o desemprego já é alto e não vale a pena procurarem emprego lá. É verdade que às vezes há tendência para do oito fazer o oitenta, às vezes não há tanta gente a dormir na rua como se julga, mas há casos, efectivamente. Basta haver um para já ser um drama. Devemos transmitir aos nossos consulados que devem ser pró-activos a ir à procura desses problemas.”

A campanha principal, com “conselhos de natureza genérica, para quem quer hoje sair de Portugal”, arranca dentro de dois meses, mas vai ser complementada por outras mais direccionadas para os países mais procurados pelos portugueses, nomeadamente França, Suíça, Luxemburgo, Holanda, Reino Unido, Alemanha, Angola e Moçambique.

Para que o acolhimento seja eficaz, José Cesário deixa alguns conselhos práticos: “As pessoas devem salvaguardar as questões do alojamento, da educação para os filhos, a informação que devem recolher acerca de cada destino e empregador, os contactos que devem ter com autoridades, sindicatos e associações empresariais”.

Por cá, a campanha terá o apoio dos municípios e da Obra Católica das Migrações, que vai sensibilizar as paróquias.

Um dos receios do Governo tem que ver com a exploração por redes de trabalho ilegal e o secretário de Estado dá também algumas sugestões nesse sentido. 

“Um dos conselhos a dar é as pessoas avaliarem muito bem que tipo de contrato estão a fazer e qual a credibilidade. Muitas vezes as pessoas são recrutadas através de empresas de trabalho temporário, que muitas vezes não são o empregador directo. É preciso saber se esse contrato cumpre a legislação local. Por isso, vamos divulgar dados sobre ordenados mínimos, custos de alojamento e seguros de saúde, para que as pessoas não sejam enganadas.”

Com folhetos e iniciativas na comunicação social e na internet, iniciativas locais e o apoio também da Igreja Católica, a campanha arranca já em Maio.