Ruas considera "natural" que Governo queira conhecer dívidas das câmaras

O presidente da Associação Nacional de Municípios (ANMP) considera "natural" a iniciativa de o Governo querer conhecer a verdadeira dimensão da dívida das autarquias, estimada em oito mil milhões de euros.

“É um pedido natural que vem ao encontro da reunião que pedimos ao primeiro-ministro e que já recebeu resposta positiva para a próxima semana”, disse à Renascença. É desta forma que Fernando Ruas responde à carta ontem enviada pelos ministros dos Assuntos Parlamentares e das Finanças às 308 câmaras municipais.  Na missiva, o Executivo pede que os municípios divulguem até 15 de Março quanto e a quem devem.

Nestas declarações, o presidente da ANMP confirma ainda o tema será debatido, esta semana, “em reuniões com o ministro Miguel Relvas e com o ministro das Finanças”.

Considera, por isso, natural o pedido do Executivo para que seja prestada “informação fidedigna e se saiba qual a dimensão da dívida das autarquias a fim de resolver o estrangulamento financeiro a que as autarquias estão sujeitas".

Parte da dívida dos municípios diz respeito ao transporte escolar e hoje mesmo a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Passageiros (ANTROP) vai analisar em conferência de imprensa as dívidas às empresas que ascendem aos 60 milhões de euros e que, segundo a ANTROP, poderá mesmo levar à suspensão do transporte dos alunos em caso de incumprimento das autarquias.

Fernando Ruas diz-se optimista quanto à resolução do problema, “sem que seja necessário chegar a esse extremo”. Apela ainda “ao Ministério da Educação que salde a dívida aos municípios para que estes possam fazer o mesmo com as empresas de transportes”.