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Vinicultura

Vinhateiros de Lisboa e Tejo contestam extensão de “vinho leve” a todo o país

23 jan, 2012 • Ana Lisboa

Há 18 anos que a produção deste vinho é exclusiva destas duas zonas, já que só se dá em terrenos pobres e perto do mar.

Vinhateiros de Lisboa e Tejo contestam extensão de “vinho leve” a todo o país

As Regiões Vitivinícolas de Lisboa e Tejo contestam uma portaria que pretende alargar a designação de "vinho leve" a todo o país.

Conhecidas dantes por Estremadura e Ribatejo, as comissões regionais dizem que este tipo de vinho só se dá em terrenos pobres para a agricultura e muito perto do mar. No entanto, o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) tem estado a rever as normas de rotulagem dos vinhos e está a elaborar uma portaria que introduz a possibilidade de todo o país poder passar a utilizar a designação de "vinho leve".

Se isto for para a frente, a comissão vitivinícola de Lisboa diz que está em causa um negócio que envolve actualmente cinco milhões de garrafas de vinho, como refere o seu presidente, Vasco d'Avillez. “O que mais nos aflige neste momento é que, para nós, sobretudo aqui na região de Lisboa, três das 15 cooperativas têm tudo a perder com isto. Mas tudo são cinco milhões de garrafas, que num negócio, a um euro e meio, podem representar 7,5 milhões de euros”, aponta.

Numa reunião em Dezembro, o IVV acabou por concordar com a comissão de lisboa, mas recentemente voltou atrás na sua palavra e continua a defender a mesma ideia.

Por isso, a Região Vitivinícola de Lisboa está a reunir apoios e até já pediu uma audiência ao secretário de Estado da Agricultura.

No entanto, o Ministério da Agricultura, que tutela o IVV, diz que não existe ainda uma decisão final, já que o assunto está em discussão. O ministério não descarta a hipótese de alargar a designação de "vinho leve" a outras regiões do país, porque os consumidores preferem estes vinhos, mas os produtores estão impedidos de utilizar esta menção.

A tutela adianta ainda que caso esta designação não seja alargada, os restantes produtores terão de utilizar  a designação "light", o que acarreta custos acrescidos para os operadores.