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Lisboa vai ter menos transportes e vão ser mais caros

14 jan, 2012 • Ana Carrilho

Utentes dos barcos vão ser os mais prejudicados. Em terra, a Carris vai suprimir 10 carreiras e o Metro vai andar mais devagar.

Lisboa vai ter menos transportes e vão ser mais caros
A Área Metropolitana de Lisboa vai ter menos transportes e vai pagar-se mais para andar de autocarro, metro, barco ou comboio. A conclusão está no relatório elaborado por um grupo de trabalho criado a pedido do secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Silva Monteiro.

As alterações começam a ser implementadas neste primeiro trimestre, nalguns casos já em Fevereiro.

Os utentes do transporte fluvial, que fazem a travessia do Tejo, que vão sentir mais – mais no tempo e mais na carteira. Os que usam a ligação Trafaria/Porto Brandão/Belém vão ficar sem ela e vão precisar de mais do que 25 minutos para recorrer ao autocarro ou ao comboio. Vão também gastar mais do dobro do dinheiro.

Do Seixal e Montijo para o Cais do Sodré, só nos dias úteis e nas horas de ponta é que passa a haver ligações. Quem precisar de se deslocar entre as duas margens ao fim-de-semana, feriados ou fora das horas de ponta, tem que usar outros transportes e pagar outros títulos. Nalgumas situações, vai gastar-se mais do dobro.

As ligações Cacilhas/Cais do Sodré e Barreiro/Terreiro do Paço passam a demorar mais nos seus percursos e a ter intervalos mais alargados, além de terminarem mais cedo. Ao fim-de-semana, os cortes são maiores e passam a circular os navios mais antigos, com maior capacidade e mais económicos no consumo de combustível, mas mais lentos.

Não deve haver, neste caso, aumento de custos para os utilizadores habituais.


Menos autocarros a circular e mais custos
O mesmo não se passa com os utilizadores das carreiras suburbanas da Carris. Vão ser suprimidas seis e outras nove vão ser encurtadas ou ter o percurso alterado e só um prolongamento.

Quer isto dizer que os passageiros – sobretudo, da zona Norte de Lisboa – vão ter que recorrer a outros operadores privados, admitindo o relatório entregue ao secretário de Estado que a ausência de um sistema tarifário verdadeiramente integrado para facilitar a intermodalidade se torna significativamente onerosa, nomeadamente, porque antes os utentes usavam apenas um tipo de passe.

Na própria cidade de Lisboa, a Caris também deve fazer ajustamentos em 37 carreiras, sendo que 10 são eliminadas. O grupo de trabalho diz que há alternativas, como com o Metropolitano. Mas o Metro também vai circular com intervalos maiores, mais devagar e só com três carruagens fora das horas de ponta, feriados e fins-de-semana.