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Igreja Católica disponível para discutir extinção de feriados

13 out, 2011

Governo admite reduzir o número de feriados que os portugueses podem gozar já no ano que vem.

Igreja Católica disponível para discutir extinção de feriados
A última palavra cabe ao Vaticano, mas os bispos portugueses estão disponíveis para discutir com o Governo a extinção ou a deslocação de feriados religiosos. O porta-voz da Conferência Episcopal (CEP) garante que a Igreja está aberta a negociações.

“Naturalmente que a Igreja está aberta a falar sobre o assunto, a poder fazer algum acerto, mas tem que ser algo de recíproco”, diz o padre Manuel Morujão.

O porta-voz da CEP lembra que a questão dos feriados tem de partir de um diálogo entre o Estado Português e a Santa Sé, “já que os feriados religiosos constam da Concordata”.

É necessário, por isso, ver os motivos de “um lado e os motivos do outro e, muito particularmente, respeitando a cultura de um povo, que é maioritariamente católico. Tem que se ter em conta o elemento da religiosidade e da cultura popular”, alerta o padre Morujão.

CIP aprova extinção de feriados
A solução é também defendida pelo presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), porque as empresas precisam de encontrar “factores de competitividade”. Por isso, diz António Saraiva, melhor do que subir o IVA, seria reduzir o tempo de descanso dos portugueses.

“Se não formos pela Taxa Social Única, para reduzir os custos unitários do trabalho, que seja pelo aumento do tempo de trabalho. Não aumentando as horas de 40 para as 42, mas poderíamos ganhar seis dias por ano reduzindo três feriados e reduzindo três dias dos 25 dias de férias, para os 22 que a lei concede”, defende António Saraiva.

A proposta foi feita ontem pelo ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, na reunião de concertação social. O Governo admite reduzir o número de feriados que os portugueses podem gozar já no ano que vem e quer ainda colar outros ao fim-de-semana, para evitar as pontes.