Professores alertam: Correcção do exame de português mostra falhas graves

15 jul, 2015 • João Cunha

Os alunos que se sujeitaram ao exame têm até esta quarta-feira para requerer a consulta da prova para efeitos de reapreciação da nota.

Professores alertam: Correcção do exame de português mostra falhas graves

Houve falhas graves na correcção do exame de português do 12º ano. A recém-formada Associação Nacional de Professores de Português (ANPP) garante que o processo de classificação das provas não salvaguarda a equidade entre alunos, porque nem todos os professores classificadores tiveram acesso à mesma informação.

"É uma falácia" dizer que os professores-classificadores foram supervisionados durante o exame. À Renascença, Rosário Andorinha, um dos elementos da associação, acrescenta ainda que o processo de classificação dos exames "não garante, com rigor", a equidade entre alunos.

Com as dúvidas que os docentes tiveram durante o processo de classificação dos exames, bem como as dificuldades em obter esclarecimentos, potenciaram-se desigualdade na classificação dos alunos que vão aceder aos mesmos cursos com notas deste exame, e pode haver uma grande discrepância entre a avaliação definitiva e a avaliação correcta da prova, explica Rosário Andorinha.

Ao jornal "Público", a ANPP diz ter recebido relatos destas dúvidas que os docentes classificadores tiveram durante o processo de classificação dos exames, bem como as dificuldades em obter esclarecimentos sobre essas dúvidas. A situação potenciará alguma desigualdade na classificação dos alunos que vão aceder aos mesmos cursos com notas deste exame.

Esclarece ainda a associação que para muitos dos docentes, a classificação nos exames foi a primeira experiência enquanto professores-classificadores, e que não tiveram qualquer reunião de preparação. Daí a dificuldade em aplicar os critérios de classificação da prova.

O Instituto de Avaliação Educativa, responsável pela bolsa de docentes, não exclui alguns problemas, mas garante que se tal aconteceu, não foi com os seus classificadores, que receberam atempadamente informação sobre os critérios de classificação.

À bolsa, com mais de seis mil docentes, foram acrescentados este ano mais seis mil professores que não terão recebido formação específica para aplicar os referidos critérios, diz o "Público".

Os alunos que se sujeitaram ao exame de português têm até hoje para requerer a consulta da prova para efeitos de reapreciação da nota.


[notícia actualizada às 9h30]