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"Palito" só conhecerá a sentença a 10 de Junho

29 jun, 2015 •

Liliana Carona

Adiada leitura do acórdão do julgamento de Manuel Pinto Baltasar. Em causa está uma alteração não substancial relativa ao número de disparos efectuados. 

A leitura do acórdão estava marcada para as 14h15 e começou sem atrasos, mas com uma comunicação proferida pelo colectivo de juízes: uma alteração não substancial relativa ao número de disparos efectuado por Manuel Pinto Baltasar, conhecido por "Palito". Concedido um novo prazo à defesa, foi adiada a leitura do acórdão para 10 de Julho.

"Palito" é acusado de disparar uma arma tipo caçadeira contra a filha e a ex-mulher (Sónia Baltazar e Maria Angelina Baltazar, que ficaram feridas) e duas familiares desta (a tia e a mãe, Elisa Barros e Maria Lina Silva, que morreram). A procuradora considerou que "Palito" quis matar as quatro mulheres, em Valongo dos Azeites.

O advogado de defesa afirma que existe uma acusação "mal estruturada e mal elaborada". À saída do tribunal de Viseu, Manuel Rodrigues afirmou que, "se os factos que resultam do inquérito estivessem na acusação, o tribunal não tinha necessidade de proceder a uma alteração, embora não substancial".

"O problema", para o advogado, "tem a ver com a acusação". "Nós sempre dissemos que esta acusação, como estava formulada, não permitia concluir que o Manuel tivesse disparado um tiro na avó e outro na filha. O tribunal agora teve a necessidade de alterar os factos da acusação. Acredito que o Manuel não quis matar a mulher e a filha e mantenho essa convicção desde o início intacta", garantiu aos jornalistas.

Mesmo que a moldura penal prevista para o arguido não se altere, para o advogado Manuel Rodrigues, "é uma questão de honra, uma questão de consciência e de humanidade".

"Ele acorda a pensar na mulher, almoça a pensar na mulher, dorme a pensar na mulher, uma paixão inusitada que deu origem a esta tragédia. É uma paixão maléfica, perniciosa, mas é uma paixão", conclui.

O advogado de "Palito" quer esgotar todos os mecanismos de defesa.