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Especialista aponta o caminho para evitar cortes nas pensões

25 mai, 2015

O economista Miguel Coelho garante que há uma necessidade urgente de reformar a Segurança Social.

É necessária uma reforma profunda do sistema de segurança social para evitar mais cortes nas pensões. Quem o diz é o economista Miguel Coelho, especialista em Segurança Social e pensões.

Ouvido pela Renascença, Miguel Coelho considera o corte de pensões em pagamento “o último recurso”, mas admite que possa ser um cenário plausível.

“Admito que, no quadro dessa reforma integral, possa ter que haver, em algum momento do tempo, se nada fizermos agora, a necessidade de cortar pensões em pagamento. Seguramente será a única via se, no quadro do entendimento partidário, não se encontrar uma solução de reforma global do sistema”, afirma.

Nestas declarações, o economista propõe um roteiro para salvar o sistema de pensões da Segurança Social.

“A primeira grande medida era simplificar o quadro legal. Depois, passaríamos por reorganizar a estrutura de suporte do próprio sistema e de governação. O sistema informático da Segurança Social está à beira do colapso. A estrutura de recursos humanos da Segurança Social está à beira do colapso. Por fim, obviamente, é bastante previsível que seja necessário alterar o mecanismo de pagamento de pensões para aqueles que têm ainda a sua pensão em formação, isto é, para aqueles que no futuro vão receber pensões”, descreve, acrescentando que se tudo isto for feito “a probabilidade de termos de cortar pensões em pagamento, reduz-se significativamente”.

A discussão em torno das pensões foi relançado no fim-de-semana, quando a ministra das Finanças abriu a porta a um novo corte nas reformas em pagamento. Durante uma sessão de perguntas e respostas em Ovar, no âmbito do evento "Aveiro em Formação" da Juventude Social-Democrata do distrito, a Maria Luís Albuquerque disse que o processo de garantia da sustentabilidade da Segurança Social pode passar por reduções nas actuais pensões, se tal significar uma melhor redistribuição do esforço.