06 abr, 2015 • Fátima Casanova
Há uma nova vaga de imigração ucraniana em Portugal. Só nos primeiros meses do ano, cerca de 60% dos pedidos de protecção humanitária que chegaram ao Conselho Português para os Refugiados (CPR) tiveram origem na comunidade ucraniana.
Em declarações à Renascença, a presidente do CPR, Teresa Tito Morais, explica que, em geral, os pedidos de asilo têm vindo a aumentar.
“Em relação ao número global de pedidos de protecção humanitária, estão a aumentar. Nestes dois meses e meio de 2015, nós já recebemos 164 pedidos de asilo. Em comparação com o mesmo período do ano passado, houve um aumento de 280%. A Ucrânia é a nacionalidade predominante – 96 pedidos de ucranianos em 2015”, refere Teresa Tito Morais.
Portugal parece ser a primeira opção de dezenas de homens e mulheres ucranianos que fogem de um país em guerra, entre as forças que apoiam o Governo de Kiev e os rebeldes pró-russos.
“Muitos dos ucranianos têm familiares ou amigos e preferem ir viver com eles, mas têm sempre os apoios do CPR no âmbito dos seus programas”, diz a presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPR).
A Renascença foi à procura de ucranianos que fugiram da guerra e encontraram a paz em Portugal.
Ganna, grávida de oito meses, saiu da sua cidade natal, situada entre Donetsk e Lugansk, uma das frentes da guerra no leste da Ucrânia. Veio para Lisboa e encontrou refúgio na casa da irmã Natasha, que vive em Portugal há 13 anos.
Natasha conta a história da irmão. Explica que deixou de haver condições de segurança e sanitárias no leste da Ucrânia. Há poucos médicos e cortes constantes de electricidade e água.
Serguei fugiu de Donetsk para Lisboa. Defensor do Governo de Kiev, não pondera voltar por temer pela sua segurança.