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Circo Chen lamenta lei que restringe a presença de animais

23 dez, 2014

A lei foi feita à medida dos circos, para proteger os animais, mas mantiveram-se as touradas, os espectáculos com golfinhos e outros, aponta Miguel Chen.

Circo Chen lamenta lei que restringe a presença de animais
Os circos estão insatisfeitos com a lei que restringe a presença de animais, cinco anos depois de estar em vigor. Segundo uma portaria publicada em Outubro de 2009, a lei proíbe a aquisição de novos animais e a reprodução dos que já existem nos circos. Por esta lógica, apenas vai haver determinados animais nos circos enquanto os atuais forem vivos.

Para o responsável pelo Circo Chen, Miguel Chen, a lei resultou de "lóbis montados" conta os quais, os circos, os "elos mais fracos", nada podem fazer. "Não vale a pena fazer guerras com pistolas de água contra quem tem metralhadoras", desabafa.

"De início eram os maus tratos aos animais. Depois de 34 anos que tenho animais, nunca ninguém provou nada. Agora, já não têm esse argumento. Animais maltratados é mentira. Aprovaram a lei porque os circos são os elos fracos nestas situações, os poderosos juntam-se aos poderosos", disse Miguel Chen à agência Lusa .

A lei foi feita à medida dos circos, para proteger os animais, mas mantiveram-se as touradas, os espectáculos com golfinhos e outros, aponta. "Será que os golfinhos não são animais? Ou será que são só animais os do circo?".

Diz Miguel Chen que "pode contar 40 histórias" e que o final é sempre o mesmo: quem tem dinheiro "vai para a frente, quem não tem fica para trás". E dá o exemplo recente da Madeira, que proibiu agora no Natal os circos com animais. "Na Madeira, se tiver um número com um gato já não posso entrar".

O circo Chen já teve quase meia centena de animais, um rinoceronte e até um bisonte, mas hoje tem apenas sete tigres, alguns dromedários e cavalos, todos castrados. Ao todo preenchem sete minutos das duas horas que dura o espectáculo em exibição em Lisboa durante o período de Natal.

E "é pena porque muita gente gosta de animais na pista", e é pena porque "90% das pessoas pergunta se há animais, e se pergunta é porque gosta". E acrescenta o empresário: "deixem que as pessoas decidam de sua vontade".

Miguel Chen diz-se cansado de lutar, mas lembra que a presença de animais nos espectáculos circenses  remonta a 1770, "o animal faz parte do circo", disse.