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Sócrates, o preso 44 em Évora

25 nov, 2014

O ex-primeiro-ministro passou a noite no Estabelecimento Prisional de Évora. É acusado de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção.

Sócrates, o preso 44 em Évora
O ex-primeiro-ministro José Sócrates vai ficar em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Évora, onde já passou a noite, depois do primeiro interrogatório judicial e de lhe ter sido aplicada a mais grave medida de coacção, garantiu à agência Lusa uma fonte prisional.

De acordo com a mesma fonte, foi atribuído a José Sócrates o número de preso 44 naquele estabelecimento prisional.

Estabelecimento Prisional de Évora, com capacidade para 45 presos, foi alvo de uma requalificação durante o Governo de José Sócrates e em 2008 passou da valência de cadeia regional para a de alta segurança e de reclusão para elementos das forças de segurança.

O diploma, publicado a 31 de Janeiro de 2008 em Diário da República, alterou a classificação de Estabelecimento Prisional Regional para Estabelecimento de Alta Segurança e de reclusão para elementos das forças de segurança.

O diploma tinha sido aprovado numa reunião do Conselho de Ministros, realizada a 27 de Dezembro de 2007 e presidida pelo próprio José Sócrates, em que foi decidido que a cadeia de Évora passasse a estar "afecta a reclusos que necessitem de medidas especiais de segurança, nomeadamente reclusos que exercem ou exerceram funções em forças de segurança".

Além dos reclusos que exercem ou exerceram funções em forças ou serviços de segurança, o Estabelecimento Prisional de Évora destina-se também ao internamento de outros reclusos que necessitem de especial protecção, como políticos, magistrados, advogados, jornalistas, entre outros.

Restantes arguidos em Lisboa
Os outros dois arguidos em prisão preventiva no âmbito da "Operação Marquês" encontram-se presos preventivamente no Estabelecimento Prisional Anexo às Instalações da Policia Judiciária, na Gomes Freire, em Lisboa, confirmou a mesma fonte.

O ex-primeiro-ministro tornou-se o primeiro ex-líder de Governo da história da democracia portuguesa a ficar em prisão preventiva, indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção.

Depois de ter sido detido na sexta-feira à noite, no aeroporto de Lisboa, quando regressava de Paris, José Sócrates começou a ser interrogado no domingo.

O Tribunal Central de Instrução Criminal decretou segunda-feira à noite a prisão preventiva do ex-primeiro ministro José Sócrates, do seu motorista, João Perna, e do empresário Carlos Santos Silva por suspeitas de crime económicos.

Ao advogado Gonçalo Trindade Ferreira, o quarto detido nesta investigação, o juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal Carlos Alexandre determinou a proibição de contactos com os restantes arguidos, de se ausentar para o estrangeiro, com a obrigação de entregar o passaporte e de se apresentar duas vezes por semana ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).

José Sócrates, detido na sexta-feira, está indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção e o motorista João Perna por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e detenção de arma proibida.

O empresário Carlos Santos Silva, ex-administrador do Grupo Lena, está indiciado por fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção, enquanto o advogado Gonçalo Ferreira é suspeito de ter cometido os crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais.

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