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André deu a volta ao mundo à procura de empreendedores

20 nov, 2014

Quis ser o Fernão Magalhães dos tempos modernos e foi à procura de empreendedores com apenas uma mochila e as bandeiras de Portugal e dos Açores. As aventuras vão dar origem a um livro.

André deu a volta ao mundo à procura de empreendedores

Num ano, André percorreu 23 países, 100 mil quilómetros e conheceu mais de 140 pessoas. Decidiu sair de casa para procurar histórias inspiradoras. Regressado a Portugal este mês, está a escrever um livro sobre a aventura.

André Leonardo, de 25 anos e natural de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, inspirou-se em Fernão Magalhães para uma volta ao mundo a recolher histórias de empreendedores e lutadores, ao mesmo tempo que promovia Portugal, os produtos nacionais e Lisboa, no papel de primeiro embaixador da iniciativa "Lisbon Startup City".

Partiu apenas com uma mochila, uma câmara de filmar e as bandeiras de Portugal e dos Açores. Graças ao apoio de patrocinadores, André visitou cinco continentes: foi desde Kibera, no Quénia, um dos maiores bairros de lata do mundo, a Silicon Valley, nos Estados Unidos, uma zona com grande concentração de empresas ligadas à tecnologia.

Foi revistado pelas forças israelitas. Fez uma visita inesperada à Palestina. Enfrentou o mais violento tufão dos últimos 15 anos no Japão e um sismo no Chile. Emagreceu oito quilos na Índia enquanto voluntário e foi assaltado em Moçambique, ficando apenas com a roupa que tinha no corpo e as bandeiras.

"Difícil é diferente de impossível"
Nas mais de 140 entrevistas que fez, André conheceu pessoas como Bel Pesce, uma empreendedora brasileira que aos 26 anos é uma das 100 pessoas mais influentes do país, Yaron Inger, o israelita que criou a Facetune, uma aplicação "mobile" de enorme sucesso, e Eric Chrispin, que viu electricidade pela primeira vez aos dez anos e construiu um painel solar na sua aldeia, na Tanzânia.

"Ele não sabia falar inglês e construiu o painel apenas olhando as imagens de um livro deixado por um voluntário europeu. Quando lhe perguntei como o tinha feito, disse-me: 'Tentei e consegui. Às vezes as coisas são mais fáceis do que pensamos'", disse o açoriano à Lusa.

"Deu trabalho, mas valeu muito a pena. O meu lema é 'Difícil é diferente de impossível'. Tive reuniões com cerca de 100 instituições e empresas, para terminar com seis patrocinadores", explica.

"O 'feedback' que recebi foi absolutamente incrível. Há empresas que querem vir para Portugal e me pedem ajuda, portugueses que querem exportar e me enviam e-mails. Esta viagem abriu-me um mundo de possibilidades", diz o jovem.

O livro que está a escrever sobre a sua experiência deve ser publicado no próximo ano.