A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP). apelou ao presidente da Câmara de Lisboa para que não mate "a galinha dos ovos de ouro" que "ainda não pôs o ovo", referindo-se à taxa turística prevista no orçamento da autarquia para 2015.
"O turismo esteve na moda este ano, é a vedeta e é o líder das exportações. Mas o que é o turismo? São as dormidas e as chegadas aos aeroportos? Não é verdade. A receita do alojamento é só 21% do total das receitas turísticas. A galinha dos ovos de ouro está agora a fazer 'cocorocó' e ainda não pôs o ovo, não vamos matá-la antes de ele sair", ilustrou o secretário-geral da associação.
José Manuel Esteves, que falava aos jornalistas à margem de um almoço-debate organizado pelo American Club, em Lisboa, disse que não está surpreendido
com a medida porque "há quatro anos" a autarquia já tinha tentado introduzir uma taxa semelhante, sublinhando que a AHRESP conseguiu "convencer o bom
senso da câmara".
Questionado sobre se a AHRESP vai entregar uma providência cautelar, José Manuel Esteves disse que não e que está "a negociar" tanto com o presidente
da Câmara de Lisboa como com o Governo, mostrando-se otimista. "Estamos a negociar e não desistimos até que a voz nos doa. Sobre esta emergência da questão de Lisboa, de certeza que o bom senso vai imperar e não vamos agora matar a galinha dos ovos de ouro", reiterou.
Para o responsável, "Lisboa não tem condições não só legais mas na sua oferta de estar a aplicar estas taxas que, além de inexequíveis, têm legalidade muito duvidosa".
O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, considerou que aplicar taxas aos turistas para aterrarem e ficarem hospedados em Portugal é "matar a galinha dos ovos de ouro".
Em causa está o
anúncio, na segunda-feira, do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, de que será cobrada uma taxa de um euro pela chegada de turistas ao aeroporto e ao porto em 2015 e, a partir de 2016, uma taxa do mesmo valor por dormida.
Dias antes, o ministro da Economia, Pires de Lima, desafiou o presidente da Câmara de Lisboa e candidato a primeiro-ministro a "resistir à tentação" de criar uma taxa de dormida para turistas em Lisboa.