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Citius. Elementos da PJ constituídos arguidos por sabotagem informática agravada

05 nov, 2014

Os dois funcionários regressaram na passada quinta-feira aos seus postos de trabalho na Polícia Judiciária, depois de afastados pelo Ministério da Justiça.

Os dois elementos da PJ que trabalharam na plataforma informática Citius e que foram alvo da participação de sabotagem informática foram interrogados, como arguidos, esta quarta-feira, no inquérito-crime aberto pelo Ministério Público.

A advogada de defesa Isabel Duarte adiantou que a participação resultante do relatório do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos de Justiça (IGFEJ) sobre as falhas ocorridas no Citius invoca a prática pelos arguidos (Hugo Tavares e Paulo Queirós) de um crime de sabotagem informática agravada.

A advogada referiu que aqueles dois elementos que trabalharam, em comissão de serviço, no IGFEJ, quiseram prestar declarações em sede de inquérito, ao procurador Pedro Verdelho, realçando que, depois da forma negativa como foram "publicamente tratados", dar esclarecimentos ao Ministério Público era um "ponto de honra" e uma exigência.

Os dois funcionários regressaram na passada quinta-feira aos seus postos de trabalho na Polícia Judiciária, depois de afastados pelo Ministério da Justiça. Até serem dispensados e transformados em principais alvos da participação enviada ao Ministério Público, Hugo Tavares esteve a coordenar o núcleo de arquitectura de sistemas para a área dos tribunais e Paulo Queiroz foi gestor de sistemas de informação.

Nenhum deles exerceu funções ligadas à informática, nem tiveram qualquer cargo de chefia.

O bloqueio da plataforma informática no arranque do novo mapa judiciário, a 1 de Setembro, gerou críticas de magistrados, advogados e funcionários judiciais, que alertaram para o "caos" gerado nos tribunais, tendo, no plano político, levado partidos da oposição a pedir a demissão da ministra da Justiça.