O ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, enviou ao "Diário de Notícias" uma carta negando que tenha divulgado qualquer "informação secreta" e recusando ter revelado "qualquer pormenor que permita identificar pessoas concretas" na sua entrevista à
Renascença.
"Não existe na entrevista que dei à
Renascença qualquer referência, qualquer pormenor que permita identificar pessoas concretas" afirma o ministro na carta que envia ao jornal, publicada na edição desta sexta-feira.
O ministro dos Negócios Estrangeiros fez declarações, na referida entrevista ao
programa "Terça à Noite", que existem dois ou três portugueses, sobretudo raparigas, que militam no grupo terrorista Estado Islâmico e que querem regressar a Portugal. Rui Machete adianta que as jovens fazem parte de um grupo de 12 a 15 portugueses que estão nas fileiras daquele movimento radical.
Segundo o "Diário de Notícias" desta quinta-feira, estas declarações correspondem a "informação secreta".
O PS pediu na quinta-feira a audição, à porta fechada, do chefe da diplomacia portuguesa no parlamento, por considerar "irresponsáveis" as declarações do titular da pasta dos Negócios Estrangeiros e diz que se poderá estar perante um caso de divulgação de informação sigilosa.
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Marques Guedes,
afirmou no final do conselho de ministros de quarta-feira que, na sua opinião, Rui Machete "não se referiu a nenhuma matéria classificada".
Macedo "não" está zangado com Machete O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, não ficou zangado com o colega Rui Machete por causa da entrevista à
Renascença, onde revelou informações sobre portugueses no Estado Islâmico que querem regressar.
O "Diário de Notícias" escreve que as revelações do ministro dos Negócios Estrangeiros provocaram tensão. Irritado com as declarações "inaceitáveis", Miguel Macedo terá questionado Machete no conselho de ministros.
Questionado pelos jornalistas, esta sexta-feira, se teria ficado zangado devido às declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros foi peremptório: "Não, não". "A única coisa que quero dizer é que a notícia que hoje veio a público sobre essa matéria não tem qualquer adesão com aquilo que alegadamente se está a passar", sublinhou.
"Não vou divulgar informações que tenho sobre essa matéria ou outra qualquer matéria classificada", afirmou Miguel Macedo depois de interrogado sobre se tinha informações de portugueses a quererem deixar o Estado Islâmico, no final da cerimónia do 6.º aniversário da Unidade de Controlo Costeiro da GNR, que decorreu em Lisboa.
"Nós estamos atentos e vigilantes, num esforço que é partilhado, conjunto e internacional, e que é vital, que é o de troca de informações para assegurarmos que tudo o que se possa fazer, deva fazer e tem de ser feito nesta matéria, se faça", sublinhou.
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