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Directores surpreendidos e apreensivos com saída de João Grancho

18 out, 2014

A demissão do secretário de Estado do Ensino básico e Secundário, preocupa os directores escolares que receiam que a sua saída se transforme em mais um problema.

Foi com surpresa que os directores das escolas receberam a notícia da demissão do secretário de Estado do Ensino básico e Secundário.

A saída de João Grancho foi conhecida no final do dia desta sexta-feira. O secretário de Estado demitiu-se alegando razões estritamente pessoais.

Para Filinto Lima, dirigente da Associação de Directores de Escolas Públicas, a saída de João Grancho significa a perda do elo de ligação ao Ministério da Educação. O dirigente disse à Renascença estar admirado e com “alguma apreensão”.

Os directores receiam que esta saída da equipa ministerial se transforme em mais um problema a juntar-se à falta de professores, e por isso pedem ao ministro da Educação urgência na substituição de João Grancho.

“Queremos uma solução rápida do ministro da Educação, no sentido de arranjar alguém de consenso, de diálogo, e que veja no diálogo com os directores, com os professores e com os pais uma forma de encontrar soluções. Penso que mais que um político precisamos de alguém de terreno”, explica Filinto Lima.

Também os pais estão preocupados com a situação agora criada pela saída de João Grancho, numa altura em que toda equipa ministerial deveria estar unida para resolver os problemas das escolas, diz o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais, Jorge Ascenção.

"Nesta fase em que era preciso unir esforços, e trabalhar para uma solução, não nos parece ser muito vantajoso para o Ministério a demissão do secretário de Estado", explicou à Renascença.

O secretário de Estado demissionário garante que saiu do Governo, do Ministério da Educação, por razões pessoais.

A demissão de João Grancho aconteceu no mesmo dia em que o jornal “Público” noticiou que, o agora ex-secretário de Estado, terá plagiado textos académicos para uma intervenção num seminário internacional, em Espanha, em 2007, quando era presidente da Associação Nacional de Professores.