Detenção de incendiários cai ao ritmo dos fogos

A Polícia Judiciária e a GNR detiveram 79 pessoas durante a época de incêndios, menos 32 do que em igual período do ano passado.

Numa época de incêndios em que o número de ocorrências foi o mais baixo das últimas duas décadas, com pouco mais de sete mil, também os números das forças de segurança no combate aos incendiários são este ano mais reduzidos.

O chamado perfil do incendiário pouco ou nada mudou face aos anos anteriores. A esmagadora maioria dos investigados continuam a ser homens, cada vez mais sem ocupação laboral, que actuam em quadros de alcoolismo, fascínio pelo fogo ou por vingança.

A diferença face ao ano passado está nos dados operacionais das polícias, que reflectem bem o facto deste ano ter tido menos de metade dos incêndios. A Polícia Judiciária deteve 43 pessoas e a GNR 36, o que no total representa menos 32 detenções que o ano passado.

Distritos de risco
Os números são mais baixos também no que diz respeito aos inquéritos  abertos, sobretudo no caso da Judiciária, que tem este ano praticamente metade dos que tinha na mesma altura de 2013.

De igual modo, o ano passado, por esta altura, 44 dos detidos pela Judiciária estavam em prisão preventiva, enquanto este ano são apenas dez os que estão com essa medida de coacção.

Geograficamente destacam-se dois distritos: O de Vila Real, onde a Judiciária todos os anos faz bastantes detenções, mas que este ano, pela primeira vez, lidera a lista destacado com 14 detidos e, no caso da GNR, o distrito de Castelo Branco, onde foram detidas dez pessoas e outras 68 estão identificadas como suspeitas.

A época de incêndios teve resultados globalmente muito positivos. No final da fase “Charlie”, que terminou à meia-noite, a área ardida não chegou aos 20 mil hectares e o número de incêndios ronda os sete mil.

Tanto num caso, como noutro, são dos melhores resultados das últimas três décadas.