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Protestos, fechos e cadeados. Um início de aulas à portuguesa

15 set, 2014 • Redacção com Lusa

O ano lectivo começou com menos 300 escolas do 1º ciclo, o que gerou protestos de pais e alunos de Norte a Sul.

Protestos, fechos e cadeados. Um início de aulas à portuguesa

O ano lectivo começou esta segunda-feira para um milhão e 200 mil alunos portugueses em 5.878 estabelecimentos de ensino público.

Mas se as aulas começaram foi só para alguns. Para outros os protestos de encarregados de educação ou as escolas encerradas impediram o regresso ao estudo. Cerca de 300 escolas do 1.º ciclo fecharam neste ano lectivo.

No Alentejo, região que este ano perdeu 35 escolas, as escolas do 1º ciclo de Vila Ruiva (Cuba), Vila Nova da Baronia (Alvito) e Rio de Moinhos (Aljustrel) não começaram as aulas.

Os encarregados de educação de Vila Ruiva decidiram que os alunos não iriam esta semana às aulas, alegando não saber para que escolas devem levar os filhos.

No concelho de Alvito, os 44 alunos de Vila Nova da Baronia também não compareceram às aulas no centro escolar da sede de concelho. Em vez disso, houve uma manifestação junto à escola encerrada.

Quanto a Rio de Moinhos, no concelho de Aljustrel, cerca de uma centena de pessoas protestou esta segunda-feira contra o fecho da escola do 1.º ciclo, por considerar a decisão uma "injustiça".

As 13 crianças da escola faltaram às aulas na escola de destino, o Centro Escolar Vipasca, a quatro quilómetros de distância.

Um lenço de protesto
No distrito de Leiria, os pais dos alunos da Escola Básica do 1.º ciclo do Vidigal encerraram o estabelecimento a cadeado, como forma de protesto contra a falta de segurança, apontando que a única auxiliar a tempo parcial não é suficiente.

Dezenas de pais de alunos do Centro Escolar de Gandarela, Celorico de Basto, distrito de Braga, impediram, esta manhã, o início das aulas por discordarem de turmas mistas, com alunos do primeiro e terceiro anos ou do segundo e quarto. Os encarregados dizem que a escola é nova e tem salas e professores suficientes.

Centenas de alunos e encarregados de educação colocaram um lenço verde na entrada da Escola Secundária do Marco de Canaveses, no distrito do Porto, para impedir o início das aulas e protestar contra as obras paradas há quase dois anos, que obrigam ao dia-a-dia escolar em contentores.

Filhos em casa
No distrito de Viseu, os pais dos 16 alunos inscritos na Escola Primária da Lapa do Lobo, Nelas, levaram os seus filhos a este estabelecimento de ensino que está encerrado. Os pais recusam-se a deixar os alunos na Escola Primária de Canas de Senhorim, para onde foram transferidos, por propor piores condições, nomeadamente, pela falta de um refeitório.

Também os pais dos alunos do 1º ciclo da Erada, na Covilhã, optaram por esta forma de protesto.

Em Penacova os problemas são outros: os encarregados de educação de alunos da Escola Básica 1 de Figueira de Lorvão dizem que não está a ser cumprida a legislação que obriga a criar turmas mais pequenas quando há crianças com necessidades específicas. Os pais dizem que vão manter os filhos em casa enquanto não for criada mais uma turma.