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Fenprof quer demissão do ministro após "confusão" no concurso de professores

13 set, 2014

A saída de Nuno Crato será "um acto de sensatez, o único passível de reconhecimento e elogio".

Fenprof quer demissão do ministro após "confusão" no concurso de professores
A Federação Nacional de Professores (Fenprof) considerou que está "instalada a confusão nos concursos" de professores e que, perante a gravidade das situações criadas, o ministro da Educação devia assumir as suas responsabilidades políticas e demitir-se.

"Entende a Fenprof que Nuno Crato, responsável político pelo que se está a passar, deverá demitir-se ou ser demitido, ainda que, antes, a sua equipa deva resolver este grave problema que criou", diz a federação em comunicado enviado à agência Lusa.

A federação considera que a demissão de Nuno Crato será "um acto de sensatez, o único passível de reconhecimento e elogio", já que a sua "incapacidade política e técnica para desempenhar as funções que lhe estão atribuídas tem sido um dos principais problemas da Educação em Portugal".

"Razão teve a Fenprof ao recusar dar o seu acordo ao regime de concursos de professores que o Ministério da Educação acabou por impor. Entre outros motivos que levaram à rejeição e denúncia, contavam-se, como dos mais importantes, as potenciais injustiças e ultrapassagens nele presentes e que agora se confirmam, designadamente com as chamadas bolsas de contratação de escolas", lê-se no comunicado.

A Fenprof defende que só o concurso nacional garante "equidade e justiça" nas colocações, sendo também a opção "mais célere" para a colocação de professores nas escolas.

Segundo a federação de professores, no momento das colocações - que decorre com um significativo atraso - todos os problemas ganharam "maior visibilidade e as injustiças tornam-se ainda mais evidentes", sendo que os problemas estão a agravar-se.

Recorda que na candidatura às bolsas de escola, a Fenprof denunciou o facto de muitos professores serem obrigados a prestar declarações incorrectas em relação a alguns dos dados pedidos, a par da grande complexidade que era a candidatura e da dificuldade que existia em levá-la até final, o que obrigou o ministério a alargar o prazo inicialmente estabelecido.

Considera que este e tantos outros problemas do sector estão a causar "grande perturbação" e "instabilidade" nos professores, com prejuízos para milhares de alunos.