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Caso dos submarinos. Ana Gomes pede que justiça portuguesa actue como a alemã

28 ago, 2014

Eurodeputada admite erros em acusações a Portas, mas insiste em suspeitas de corrupção. Além disso, gostava de ouvir o primeiro-ministro de então, Durão Barroso.

A eurodeputada Ana Gomes lembra que no caso dos submarinos houve condenações na Alemanha mas não em Portugal, declarando que a comissão de inquérito sobre o assunto pode ajudar a aprofundar o assunto.

"Há alemães condenados na Alemanha por corromperem pessoas em Portugal no quadro deste contrato de aquisição de submarinos e em Portugal não se sabe quem são os corrompidos", declarou no parlamento, na âmbito da comissão parlamentar de inquérito à compra de equipamentos militares, incluindo os submarinos.

Na ocasião, e respondendo ao deputado do Bloco de Esquerda (BE) João Semedo, Ana Gomes admitiu que gostava de ouvir o primeiro-ministro de então, Durão Barroso, na comissão parlamentar.

"Qual foi a participação do doutor Durão Barroso?", interrogou a eurodeputada, secundada por João Semedo, que lembrou que o BE pediu a audição de Barroso na comissão, que foi chumbada, e disse ter contudo a "profunda convicção" de que o ainda presidente da Comissão Europeia terá "inevitavelmente" de se explicar, seja "presencialmente ou por escrito".

Um erro em algumas acusações
Perante os deputados da comissão parlamentar de inquérito aos Programas de Aquisição de Equipamentos Militares (EH-101, P-3 Orion, C-295, torpedos, F-16, submarinos, Pandur II), a parlamentar europeia admitiu ter errado em algumas acusações que fez ao actual vice-primeiro-ministro.

Ana Gomes justificou que na altura não tinha dados que posteriormente conseguiu recolher, já que a assinatura desse contrato aconteceu quando o ministro da Defesa era Rui Pena.

"Já disse que errei nesse caso. Mas, há suspeitas de corrupção que envolvem o doutor Paulo Portas enquanto ministro da Defesa", acrescentou.

Ana Gomes deixou também outras suspeitas no 'ar', nomeadamente em relação à Escom, antiga empresa do Grupo Espírito Santos (GES) que foi consultora do German Submarine Consorcium, ao qual o Estado português adjudicou, em 2004, o concurso para dois navios submergíveis.