02 ago, 2014 • Paula Caeiro Varela e Eunice Lourenço
Está encontrada a solução para a recapitalização do BES: recorrer ao Fundo de Resolução, criado em 2012, por imposição da “troika”.
O objectivo era justamente o de evitar que sejam os contribuintes a financiar empresas de crédito e empresas de investimento em caso de dificuldades financeiras.
Fontes do Governo e da maioria adiantam à Renascença que o recurso a este fundo está decidido e será anunciado amanhã à noite pelo Governador do Banco de Portugal (entidade junto da qual funciona). Nesse momento saber-se-á também o montante que vai entrar nesta recapitalização, sendo que, em 2013, de acordo com o relatório e contas, o Fundo de Resolução tinha apenas um capital de 182 milhões de euros de contribuições das instituições financeiras.
A verba é insuficiente, o que implica, segundo fonte do Governo, que a solução passe por ser este fundo a pedir um empréstimo ao Fundo de Recapitalização criado no âmbito do programa de ajustamento e onde ainda estão disponíveis seis mil milhões de euros. Mas isso terá de ter o acordo de Bruxelas, que também é parte nestas negociações.
O montante global desta operação vai depender de outros investidores privados que queriam participar desta operação de recapitalização.
Para o Governo é essencial que esta seja uma operação completamente distinta da que foi feita para o BPN. As fontes da Renascença insistem que o modelo é completamente distinto e a legislação também.
O Executivo quer, acima de tudo, que o país acorde na segunda-feira com a solução para este caso em curso, e que nesse dia já esteja separado o bom e o mau, ou seja, que os mercados abram com um novo BES, com nova administração, com activos que têm capacidade de atrair, numa próxima etapa, novos investidores.
[Notícia actualizada às 23h33]