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Discotecas contra aumento do imposto das bebidas alcoólicas

18 jul, 2014

Às críticas da Associação de Discotecas Nacional juntam-se as da Associação de Comerciantes e Exportadores de Vinho contra proposta do ministro da Saúde, revelada na Renascença.

O presidente da Associação de Discotecas Nacional, Francisco Tadeu, diz-se “surpreso e atónito” face à proposta do ministro da Saúde de aumentar o imposto sobre o consumo de bebidas alcoólicas e tabaco.

Na Renascença, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, disse existir uma clara evidência técnica que associa a redução do consumo ao aumento do preço.

Para o presidente da Associação de Discotecas Nacional, aumentar os preços “não significa que as pessoas vão deixar de consumir nos nossos estabelecimentos”, tanto mais que as discotecas acabam por suportar a subida da tributação.

“Se mexermos nos preços, não vamos ter clientes”, diz Tadeu, referindo que não são feitas alterações nos preços de consumos obrigatórios e bebidas alcoólicas há cerca de oito anos.

O presidente da Associação de Discotecas Nacional defende que, em vez de aumentar os impostos, uma forma mais eficaz de aumentar as receitas do Estado seria combater a concorrência desleal no sector. Deveria fazer-se uma fiscalização efectiva e muito rigorosa "a estabelecimentos que só abrem durante o Verão" e que “não têm qualquer licença e não podem ser fiscalizados pela ASAE”.

“Esses estabelecimentos só estão a funcionar por conivência das câmaras municipais”, critica Francisco Tadeu, alertando para “uma fuga directa aos impostos” nestes locais.

Uma medida “populista”
A Associação de Comerciantes e Exportadores de Vinho (Anceve) também já se pronunciou sobre este assunto, mostrando-se preocupada com os efeitos do aumento de impostos para o sector.

O presidente da Anceve, Paulo Amorim, diz que esta é uma medida "populista". Teme que o sector do vinho seja afectado negativamente com este tipo de intervenção.

Em alternativa, sugere ao Governo a adopção de uma campanha didáctica sobre os excessos de consumo. "Uma campanha corajosa, clara e didáctica sobre o excesso de consumo em vários produtos que, eventualmente, poderão fazer mal à saúde”, defende, considerando, no entanto, que o vinho não devia “ser metido no mesmo pacote que produtos que não tem nada a ver com ele.”