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Estudo

"Salários encolheram cerca 14% na função pública"

18 jun, 2014 • Fátima Casanova

Contas são do economista Eugénio Rosa, segundo o qual o Estado poupou, nos últimos anos, oito mil milhões de euros com as medidas aplicadas na administração pública.

Os funcionários públicos viram os salários encolher cerca de 14% durante os três anos do programa da “troika”. As contas são do economista Eugénio Rosa.

Num estudo que vai apresentar esta quinta-feira, o quadro da CGTP explica que chegou a esta percentagem “juntando o efeitos dos preços, o efeito dos cortes nominais e o efeito do aumento de impostos”.

O economista diz ainda, em declarações à Renascença, que o Estado poupou cerca de oito mil milhões de euros com as medidas aplicadas na função pública, entre 2010 e 2014.

Para chegar a este número somou várias parcelas, designadamente “o congelamento de carreiras, congelamento dos salários, corte nas remunerações, aumento generalizado do trabalho gratuito na função pública e a redução dos trabalhadores da função pública neste período em cerca de 100 mil”.

As contas
Nestas contas, a parcela com maior peso é a dos cortes dos salários e dos subsídios, que resultaram numa poupança para o Estado na ordem dos 2.700 milhões de euros.

O congelamento dos salários permitiu poupar 340 milhões de euros por ano, cerca 1.350 milhões de euros em quatro anos.

O congelamento das carreiras representa, em média, uma redução nos aumentos de 40 milhões por ano, 160 milhões em quatro anos, explica Eugénio Rosa.

O aumento do horário laboral na função pública traduziu-se em 117 milhões de horas, anualmente, sem qualquer compensação para os trabalhadores, o que significa uma poupança de 743 milhões de euros.

A saída de 100 mil trabalhadores da função pública, nos últimos anos, representou uma redução na despesa de 2.160 milhões de euros.

O aumento das contribuições para o subsistema de saúde ADSE, a redução para metade do pagamento das horas extraordinárias, em 2012, e a redução para um quarto, em 2013 e 2014, foram outros factores que permitiram uma poupança de cerca de 8 mil milhões de euros. 

O estudo elaborado por Eugénio Rosa, a que a Renascença teve acesso, vai ser apresentado esta quinta-feira, em Lisboa, no âmbito de um colóquio promovido pelo Centro de Estudos Sociais, da Universidade de Coimbra.